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![]() Julián FuksUOL |
Era a primeira noite franca depois de muitos dias de chuva. Casualmente, olhamos para o alto e surpreendemos as estrelas, um céu tão cheio de astros...
Se alguém, por qualquer razão, não pôde acompanhar os últimos vinte anos da história do país, tem agora a chance de observar estas duas...
Não escrevi uma só linha literária neste ano que agora termina. Fui, como muitos, ineficaz, desconcentrado, improdutivo, refém de um presente que...
Houve algo de exílio nestes últimos anos que vivemos, mesmo que daqui não tenhamos saído. O país se fez território desconhecido, ocupado por...
Sobre as semelhanças entre o futebol e a vida já se disse muito, o futebol como luta aguerrida, como choque de contrários, como expressão do...
Tantas veces me mataronTantas veces me moríSin embargo estoy aquíResucitando Era o que cantava Mercedes Sosa aos nossos ouvidos, atendendo a um...
Há uma dor que ainda não passa, uma mágoa silenciosa sob os novos gritos de gol. Nunca esqueceremos nossa maior derrota, e que nem seja preciso...
Mais uma vez o país chora — quantas lágrimas tem nos cabido narrar. Na voz inundada da minha mulher descobri a morte de Gal Costa. Liguei o rádio...
Aquele exato momento de felicidade ninguém mais nos tira, aferrou-se no tempo, pertence agora à história. Uma multidão embevecida de alegria,...
Há anos vigiamos o tempo, sentimos seu estremecimento, tememos seu colapso. Há anos damos máxima atenção a cada acontecimento, vemos a...
Nós, escritores e escritoras, prosadores e poetas, prolíferos e inéditos, vociferantes e mudos, vivos e mortos, nos reunimos nesta crônica para...
Num país dividido, veríamos uma cultura se cindindo em grupos antagônicos, veríamos artistas, cineastas e escritores assumindo polos opostos e...
Somos todos seres autocentrados, individualistas, cada vez mais enxergamos o mundo com a distorção dos nossos olhos tão próprios. Nada...
E então, apesar de tanta cegueira, todos pudemos ver: quanto a brutalidade é bruta, quanto é mentirosa a mentira, quanto é odioso o ódio, quanto...
Nunca deveríamos esquecer a profecia política de Rubem Braga. Era 1935, e ele publicou uma crônica sentida sobre a morte de um desconhecido, um...
A brutalidade deste mundo, deste país, não deveria nunca deixar de nos chocar, nunca se confundir com qualquer tipo de normalidade, nunca se fazer...
Não desses violentos, nunca desses intolerantes e truculentos, jamais desses sanguinários e grosseiros. Precisa-se de um terrorista com máxima...
Foi bonita a festa, pá, fiquei contente, mas poucas vezes tão ciente de que isso não pode bastar. Cercaram-se de corpos vivos as arcadas,...
De tempos em tempos nos chegam notícias de um perene desastre. Grandes tempestades, enchentes, incêndios, tsunamis, rios evanescentes, secas...