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O design é uma “arma”

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06.04.2024

Poucas horas depois de a AD ter tomado posse como XXIV Governo Constitucional, a 2 de Abril de 2024, houve uma mudança no logótipo oficial do governo, um retrocesso para a imagem antiga, que incorpora símbolos da bandeira nacional como os sete castelos, as cinco quinas e a esfera armilar. O logo “Governo de Portugal” foi desenvolvido em 2011, pela Brandia Capital, a pedido do gabinete de Miguel Relvas, Executivo de Pedro Passos Coelho.

No manual de normas da marca “Governo de Portugal” lia-se que “funciona como um reforço da auto-estima dos portugueses e do orgulho no seu país” e que as cores “atribuem carga institucional e apelam ao patriotismo”.

Em Junho de 2023, foi apresentada uma nova identidade gráfica para a República Portuguesa, desenvolvido pelo designer Eduardo Aires com tipografia de Dino dos Santos. Ambos profissionais com trabalho premiado e reconhecido a nível internacional. O design deste logótipo previa a sua utilização uniforme em todos os ministérios e organismos da República.

A nova imagem foi usada durante todo o Verão, incluindo nas Jornadas Mundiais da Juventude e na comunicação dos diferentes organismos do Estado. E não se ouviu uma crítica. Até nos aproximarmos das eleições legislativas de Outubro de 2023. Começou o burburinho nas redes sociais sobre:

Vamos analisar todas as críticas, ponto por ponto.

Assistimos a nível mundial ao crescimento da extrema-direita e Portugal não é excepção. Uma das principais características dos seus simpatizantes/militantes é a adopção de simbologia nacionalista do seu país e o seu endeusamento. Basta vermos os EUA em que os apoiantes de Trump usam merchandising com a bandeira americana associada ao “Make America Great Again”, numa apologia ao retrocesso, ou o Brasil, em que os bolsonaristas se vestem com camisolas da selecção brasileira e envergam inúmeras bandeiras do país, tanto nas manifestações como nas redes sociais.

Quem é activo no Twitter sabe que contas de extrema-direita se apresentam com handles acompanhados da bandeira nacional, que também costuma estar presente na imagem de perfil. E que o Chega se apresenta nas ruas a envergar símbolos nacionalistas. E que apelam ao racismo e xenofobia com frases como serem “esteticamente........

© PÚBLICO


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