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A sede de expansão da Rússia pode ser satisfeita?

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19.08.2025

A recente cimeira entre Donald Trump e Vladimir Putin em Anchorage foi tão embaraçosa quanto a sua última reunião oficial em Helsínquia, em 2018. Enquanto naquela ocasião a conferência de imprensa conjunta terminou em desastre, desta vez o problema começou logo com a chegada dos dois presidentes: tapete vermelho para Putin, soldados americanos ajoelhados diante do avião do governo russo, Trump aplaudindo o líder do Kremlin, uma viagem conjunta na limusina presidencial americana e assim por diante.

A Rússia está a desmantelar os Estados pós-soviéticos, bombardeando edifícios civis na Ucrânia, deportando milhares de crianças e torturando prisioneiros de guerra em grande escala. No entanto, os EUA estão a cortejar Putin como um grande estadista. O facto de um belicista, assassino em massa e violador dos direitos humanos como Putin ser recebido de forma tão submissa pelo presidente dos EUA é um escândalo na política mundial e foi um choque para os ucranianos. Tal comportamento americano trai os valores fundamentais que o Ocidente defende.

No entanto, as repercussões políticas finais da cimeira escandalosa ainda estão por ver. As imagens bizarras de Anchorage podem tornar-se um problema interno para Trump. Com a sua proximidade demonstrativa a Putin, o presidente americano também se tornou refém do Kremlin. Pode tornar-se um problema sério para Trump se Putin não recuar, pelo menos parcialmente, em relação à Ucrânia. A tensão entre os elogios de Trump às suas habilidades de negociação e a realidade sombria da guerra já existia antes da cimeira no Alasca. Pode vir a ser vantajoso para a Ucrânia se os jornalistas, políticos e outros líderes de opinião americanos ficarem cada vez mais insatisfeitos com o comportamento de Trump.

O presidente americano aparentemente esperava que a sua bajulação ostensiva ganhasse a simpatia de Putin. Por trás desse erro de avaliação está não apenas a ingenuidade geral de........

© Observador