O Braga-Vitória ou o Vitória-Braga são, geralmente, jogos intensos e um dos duelos mais interessantes do nosso campeonato. Já vi dezenas deles e a classificação relativa dos clubes das duas cidades vizinhas nunca quer dizer nada. Lembro-me de outros dérbis, da estrada nacional Guimarães-Braga ser uma fila só de adeptos em trânsito.
Este dérbi foi, uma vez mais, intenso. Sem os destaques enjoativos que os três clubes do costume sempre têm, reuniram-se na pedreira mais de 22 mil espectadores que, tenho a certeza, representariam, a 99%, habitantes de Braga (em maior número, claro) e de Guimarães, como deveria ser neste campeonato. Cada um a puxar pelo clube da sua cidade.
A rivalidade entre o Braga e o Vitória existe desde a criação dos clubes e representa uma extensão da rivalidade entre terras tão próximas. No entanto, acrescento, esta é uma rivalidade estimável. Eu estimo-a imenso. Perder com o Braga deixa um vitoriano chateado por tempo indeterminado, ganhar ao Braga faz com que o Mundo pareça, subitamente, radioso.
Ninguém levou a vitória e seria injusto que alguém a levasse. O Vitória sofreu o golo no período em que criou mais perigo, andou perdido nos dez minutos que se lhe seguiram, mas, com as substituições, e muita personalidade conseguiu encostar o Braga atrás, expondo-se e correndo o risco de sofrer novo golo, mas foi feliz e mereceu-o através de um golão do João Mendes.
A minha filha mais nova e a minha sobrinha, telefonaram-me, como boas vitorianas que são, para partilhar a sua alegria desde Coimbra. Comentamos que não foi uma vitória, é certo, mas até pareceu.
*Adepto do V. Guimarães