A riqueza como tempo do bem viver
Ao longo da história, a noção de riqueza nunca foi estática. Ela se transformou conforme as mudanças sociais, tecnológicas, políticas e institucionais. O que começou como sinônimo de abundância material e acúmulo de metais preciosos para incorporar o trabalho, a produção, o capital, as instituições e, mais recentemente, as capacidades humanas e os indicadores multidimensionais de bem-estar.
No debate contemporâneo, diante da transição para a Era digital, abre-se a possibilidade de uma inflexão decisiva. Cresce, em âmbito internacional, o entendimento de que a verdadeira riqueza de uma sociedade não pode mais ser reduzida a renda, patrimônio ou Produto Interno Bruto.
Ela se expressa, sobretudo, na capacidade real das pessoas de viverem bem: com dignidade, autonomia, segurança e oportunidades. Em outras palavras, riqueza passa a significar tempo de bem viver – tempo disponível para a convivência, o cuidado, a cultura, o aprendizado, a participação cidadã e a fruição da vida.
A evolução histórica do conceito de riqueza - A definição de riqueza sempre refletiu as concepções dominantes de cada época. Na Antiguidade, especialmente em Aristóteles, a riqueza não era um fim em si mesma, mas um meio para o florescimento humano. Em Política, o filósofo distingue a aquisição natural, voltada à vida boa, da acumulação ilimitada – a crematística – considerada artificial e socialmente destrutiva. Desde então, instaurou-se uma tensão fundamental entre quantidade e qualidade, que retorna com força no debate atual.
Na Idade Média, a tradição escolástica, representada por Tomás de Aquino, reforçou os limites morais da riqueza, subordinando os bens materiais à vida comunitária e à realização espiritual. A riqueza permanecia como meio, jamais como finalidade última.
Essa concepção se altera profundamente entre os séculos XVI e XVIII, com o mercantilismo e a fisiocracia. A riqueza passa a ser vista como estoque acumulável –........





















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