A política do abismo
Margaret Thatcher costumava dizer que a Rússia nunca é tão forte como parece nem tão fraca como se deseja. Não era uma observação psicológica, nem uma boutade ideológica. Era uma advertência estratégica. A Rússia avança quando sente espaço, recua quando encontra resistência e testa sempre os limites antes de os respeitar. Nunca negoceia por boa vontade. Negoceia quando é obrigada. Essa regra manteve-se sob os czares, sob o comunismo e mantém-se hoje sob Vladimir Putin.
O erro do nosso tempo é acreditar que essa realidade mudou. O erro maior é agir como se tivesse mudado.
Os impérios não caem quando perdem guerras. Caem quando decidem que a ordem que criaram já não merece ser defendida. É aí que começa a política do abismo: o momento em que uma potência confunde fadiga com lucidez e cinismo com realismo. Os Estados Unidos da América entraram nesse momento.
A Pax Americana não está a morrer porque foi derrotada pela Rússia ou ultrapassada pela China. Está a ser desmontada por Washington, peça a peça, com a convicção perigosa de que o poder pode ser exercido sem responsabilidade estrutural. Friedrich Merz........





















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