Por que você não toma antidepressivo?
"Você está fazendo análise? Por que você não toma antidepressivo?". Essas são as perguntas que mais tenho escutado ultimamente.
Não, não estou fazendo análise. Fiz análise dos 20 aos 50 anos. Aos 40, estava tão deprimida que fazia, ao mesmo tempo, análise individual com uma terapeuta freudiana, em grupo com outra junguiana e ainda uma terapia corporal com uma reichiana.
Meu último terapeuta era lacaniano e parecia mais interessado em exibir sua inteligência do que em mergulhar nas minhas angústias existenciais. Mas ele foi decisivo quando eu estava tão insegura que não conseguia tomar uma decisão importantíssima para a minha vida.
Estava casada com um homem que eu amava muito, mas não me sentia feliz. Buscava nele o que sempre busquei em todas as relações: proteção, segurança, cuidado, confiança, intimidade e amor incondicional. Apesar de ser uma mulher independente financeiramente e realizada profissionalmente, me sentia totalmente dependente dele. O nosso maior problema era de falta de comunicação. Todos os dias, brigávamos por bobagens e eu me sentia a minha pior versão com ele.
Certo dia, cheguei no consultório do analista com uma listinha das coisas boas e ruins da minha relação com meu marido. Será que devo ou não me separar? Como vou sobreviver sozinha aos 50? Vou ser uma velha infeliz, solitária e abandonada? Não está na hora de........
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