As lembranças daquele 25 de janeiro de 2019 ainda são bem vívidas para Ernando Almeida, 55, morador do Córrego do Feijão, povoado de Brumadinho (MG) que dá nome à mina da Vale que ganhou notoriedade com o rompimento de sua barragem de resíduos.

"Pensei que fosse um terremoto", rememora ele, no início do documentário "Brumadinho, 5 anos depois da tragédia".

A Folha acompanhou a rotina do município de 38.915 habitantes para reportar os impactos econômicos, sociais, emocionais e ambientais de um desastre que resultou na morte de 270 pessoas, duas delas grávidas.

Reportagem especial mostra a pujança econômica do município e também os efeitos colaterais do "dinheiro do sangue", com R$ 2,5 bilhões pagos em indenizações às famílias das vítimas, além do programa de transferência de renda que injeta R$ 50 milhões por mês no município.

Brumadinho vive ainda um inchaço populacional gerado pelo afluxo de10 mil trabalhadores contratados para as obras de reparação previstas no Acordo de Reparação entre a Vale e o Governo de Minas Gerais, o Ministério Público Federal e o Ministério Público e a Defensoria Pública estadual.

A cidade vê ainda aumento do uso de remédios controlados em meio a luto coletivo e novos impactos emocionais e sociais pós-tragédia. "Estamos todos adoecidos", diz Tânia Campos, diretora da escola Semear, onde estudam 45 órfãos da tragédia.

"A lama tirou de mim aquela vontade de viver", lamenta Rogério Patrício, morador do Parque da Cachoeira, zona quente do desastre que virou um distrito-fantasma.

Uma das maiores tristezas, diz ele, é a morte do rio Paraopeba. "A água tá toda contaminada. Eu tinha passarinhos que vinham na janela de casa. Cadê as cachoeiras? Cadê o prazer de ficar pescando? Que dinheiro paga uma coisa assim?", indaga o ex-pedreiro. "Tenho saudade de viver."

Dores de uma população que cobra por Justiça, em um documentário com reportagem Eliane Trindade, fotografia de Marlene Bergamo, roteiro e edição de Giovanna Stael e coordenação de Beatriz Peres.

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Documentário mostra Brumadinho ainda em luto e na busca por Justiça

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22.01.2024

As lembranças daquele 25 de janeiro de 2019 ainda são bem vívidas para Ernando Almeida, 55, morador do Córrego do Feijão, povoado de Brumadinho (MG) que dá nome à mina da Vale que ganhou notoriedade com o rompimento de sua barragem de resíduos.

"Pensei que fosse um terremoto", rememora ele, no início do documentário "Brumadinho, 5 anos depois da tragédia".

A Folha acompanhou a rotina do município de 38.915 habitantes para reportar os impactos econômicos, sociais, emocionais e ambientais de um desastre que resultou na morte de 270 pessoas, duas delas grávidas.

Reportagem especial mostra a pujança econômica do município e também os efeitos colaterais do "dinheiro do sangue", com R$ 2,5 bilhões pagos em indenizações às famílias das vítimas, além do programa de transferência de renda que injeta R$ 50........

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