Vivemos atualmente em Wellesley, um subúrbio de Boston prospero devido ao capitalismo, que recentemente o Observador noticiou porque um Audi subiu por cima de um BMW ao estacionar.

É da muito capitalista e adorável Wellesley (Massachusetts is home to 4 of the ‘most expensive’ ZIP codes in America – Boston 25 News) que temos seguidos os debates políticos portugueses. Neles confirmámos que os 3 líderes políticos do PS, BE e Livre que mais tem conduzido a sociedade portuguesa na direção do socialismo marxista são os mesmos que para eles e familiares preferem capitalismo. Já sabíamos que Pedro Nuno Santos comprou um Porsche 911 que não destoaria nas ruas de Wellesley cheias de carros alemães de luxo. Agora aprendemos ainda que Rui Tavares tem os filhos no ensino privado tal como muitos dos meus vizinhos wellesleyanos, Mariana Mortágua tem a avó na avenida de Roma, cujo comércio de bairro fino lembra o de Wellesley (Wellesley Square—11 beautiful pictures – The Swellesley Report). Em suma, Pedro, Rui e Mariana são amigos do alheio comunismo, mas querem capitalismo para si próprios. Porquê?

Contrastemos os resultados do modelo socialista português com o modelo capitalista americano bem representado pela já referida Wellesley. O rendimento medio bruto de cada família nesta cidade é de cerca de 230 300 euros (U.S. Census Bureau QuickFacts: Wellesley CDP, Massachusetts). Isto é um contraste total com o poucochinho rendimento médio das famílias portuguesas à merce do PS, BE e Livre que é de 19 400 euros. Ou seja, uma família Wellesleyana a viver no capitalismo americano ganha, em termos brutos, mais de 10 vezes que uma família portuguesa media a viver no socialismo lusitano.

Como ainda por cima uma família Wellesleyana paga metade de IRS – 24% para casal que ganhe menos de 354 000 euros em conjunto – (IRS provides tax inflation adjustments for tax year 2024 | Internal Revenue Service) que uma família portuguesa paga, então, em termos líquidos, as famílias aqui ganham cerca de vinte vezes mais que os as famílias portuguesas que pagam até 48% de IRS. Claro que Wellesley, sendo uma espécie da Cascais da zona de Boston, é mais rica que a média americana. No entanto, tudo no capitalismo americano é mais prospero que no socialismo português. Por exemplo, a própria Cascais da zona de Lisboa, por padrões americanos tem um rendimento familiar medio modesto de apenas 23 718 euros com ambos os membros do casal a trabalharem (Oeiras, Lisboa e Cascais são os concelhos onde se ganha mais – ECO (sapo.pt)) enquanto o rendimento medio das famílias em todos os Estados Unidos é de cerca de 70 000 euros. Fazendo as contas novamente, com um rendimento bruto cerca de 3 vezes superior, mas impostos a metade, uma família americana media ganha seis vezes mais em termos líquidos que até uma família média de cascais! Os portugueses não são só muito mais pobres que os americanos, são também mais pobres que a maioria dos outros europeus (Salários reais aumentam 2,3%, mas Portugal continua na cauda da Europa – Expresso).

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Apesar de ganhar muito menos que as famílias ganham na capitalista américa, uma família portuguesa que viva no quase comunismo socialista português paga sempre muito mais impostos para alem do IRS ao dobro. Isto sem receber em troca mais serviços e benefícios públicos em Portugal do que na América, pelo contrário.

Uma família portuguesa quando compra um carro novo paga quase 100% em impostos ao estado se incluirmos a dupla tributação; já uma família americana paga só 6% quando compra carro novo. Por exemplo o meu Toyota Rav 4 Hybrid LE (utilitário familiar fiável que desvaloriza pouco, logo escolha economicamente racional, sem irresponsabilidades esbanjadoras apressadas à pedro nuno) custou-me, novo, nos EUA 28 000 euros (2024 Toyota RAV4 Hybrid Hybrid LE AWD (Natl) Specs and Features | U.S. News (usnews.com)). Exatamente o mesmo carro novo em Portugal custar-me ia quase o dobro (48 000 euros). Uma família portuguesa quando vai as compras paga 23% de IVA, mas uma família americana paga só 6%. Isso significa, por exemplo, que quando meto gasolina nos EUA pago apenas 70 cêntimos de euro por litro (fazendo as contas ao galão) em contraste com Portugal cada litro custa mais que o dobro e quase o triplo disso a 1,8 euros. Outro exemplo revelador é que para saborear um vinho do Porto ou outro espirituoso de 20 euros em Portugal querem que entreguemos quase 5 euros em IVA ao socialismo luso que deve considerar isso um prazer fascista pois ainda por cima queria taxar toda a comida que viesse com o vinho a esse preço (Fisco recua no IVA dos menus a 23%. Taxa pode continuar a ser diferenciada entre comida e bebidas – Observador). Isto enquanto no meu estado de Massachusetts pago menos de 1 euro de impostos pela mesma garrafa e basta-me ir ao estado ao lado de New Hampshire para nem sequer pagar IVA (The New Hampshire Liquor And Wine Outlets (Nh.Gov)).

Passando de pequenos prazeres a grandes necessidades das famílias, dramaticamente uma família portuguesa quando compra uma casa, provavelmente a compra de valor mais alto e o maior esforço na vida das famílias, paga até 7.5% em IMT mais imposto de selo. Isto enquanto uma família americana não paga nada ou apenas 0.45%. Por exemplo por um apartamento em Wellesley que custe cerca de 600 000 euros, o comprador paga zero (repito zero) de imposto de selo se for a sua primeira compra de casa em Massachusetts ou, caso não seja paga, apenas 0.45% ou cerca de 2700 euros. O imposto de selo é o único imposto na compra. Não há IMI. Já um apartamento ou casa em Portugal do mesmo valor pagaria cerca de 40 000 euros (!!!) ou cerca de 15 vezes (!!!) mais impostos do que na América, em imposto de selo e IMT combinados. O confisco fiscal na compra de casa em Portugal é tao absurdamente alto que alias, mesmo um mais modesto apartamento português de 200 000 euros paga mais de IMT e imposto de selo, 5577 euros, que mesmo muitas moradias isoladas de Wellesley que em média custam 1,6 milhão de euros. O único imposto mais caro na América do que em Portugal que conhecemos é o equivalente ao IMI municipal, mas até nesse já há gente, incrivelmente, a propor que também aumente.

Como pode haver muita habitação em Portugal para os portugueses, se quando uma família portuguesa se esforça enormemente para chegar ao valor da entrada da casa, tem ainda de adicionar o horror de muitos milhares de euros de saque socialista fiscal, pagando mais impostos nessa transação que os milionários pagam na rica Wellesley?

No entanto, o mais impressionante de todos os muitos dados que recolhemos e que conhecemos bem da realidade destes dois países (vamos com muita frequência a Portugal onde também temos casa) é que apesar de toda a carga fiscal socialista lusitana, ao menos podia ser que os portugueses tivessem melhores infraestruturas publicas, benefícios sociais e serviços públicos, em retorno dos muito maiores impostos que pagam, só que nem isso.

Por exemplo, por todo o lado os impostos e taxas para tudo são absurdamente mais altos em Portugal que na América, sem qualquer melhor contrapartida a nível de infraestruturas ou serviços públicos. Enquanto as autoestradas americanas são maioritariamente gratuitas as portuguesas são pagas a preços altíssimos. Quando guio entre a Boston a Nova York não pago nada na autoestrada I-95, atravessando os 3 estados de Massachusetts, Rhode Island e Connecticut; já na A1 Lisboa e Porto, numa distância 50 km menor, pago 23,90 euros.

Como já vamos longos neste artigo que se focou nos altíssimos impostos e baixíssimos rendimentos dos portugueses comparados com os americanos, se os leitores estiverem interessados em perceber, com dados e provas como fiz supra, porque é que os serviços públicos e benefícios sociais bastante são também piores em Portugal do que na América, por favor manifestem interesse nos comentários. Poderei facilmente escrever outro artigo para desfazer os mitos socialistas lusos sobre a saúde, educação, infraestruturas e pensões publicas americanas. Ficarão ainda mais surpreendidos com os dados e realidade em vez da propaganda da maioria dos media nacionais, subsidiados pelo estado socialista, a favor do modelo económico socialista miserabilista. A prosperidade e atratividade de Wellesley em particular, com excelentes escolas públicas e transportes públicos e dos EUA em geral não acontece por acaso, mas devido ao capitalismo americano que funciona bem melhor que o socialismo português a vários níveis.

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QOSHE - Em casa de socialista, espeto de capitalista - Pedro Caetano
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Em casa de socialista, espeto de capitalista

7 10
01.03.2024

Vivemos atualmente em Wellesley, um subúrbio de Boston prospero devido ao capitalismo, que recentemente o Observador noticiou porque um Audi subiu por cima de um BMW ao estacionar.

É da muito capitalista e adorável Wellesley (Massachusetts is home to 4 of the ‘most expensive’ ZIP codes in America – Boston 25 News) que temos seguidos os debates políticos portugueses. Neles confirmámos que os 3 líderes políticos do PS, BE e Livre que mais tem conduzido a sociedade portuguesa na direção do socialismo marxista são os mesmos que para eles e familiares preferem capitalismo. Já sabíamos que Pedro Nuno Santos comprou um Porsche 911 que não destoaria nas ruas de Wellesley cheias de carros alemães de luxo. Agora aprendemos ainda que Rui Tavares tem os filhos no ensino privado tal como muitos dos meus vizinhos wellesleyanos, Mariana Mortágua tem a avó na avenida de Roma, cujo comércio de bairro fino lembra o de Wellesley (Wellesley Square—11 beautiful pictures – The Swellesley Report). Em suma, Pedro, Rui e Mariana são amigos do alheio comunismo, mas querem capitalismo para si próprios. Porquê?

Contrastemos os resultados do modelo socialista português com o modelo capitalista americano bem representado pela já referida Wellesley. O rendimento medio bruto de cada família nesta cidade é de cerca de 230 300 euros (U.S. Census Bureau QuickFacts: Wellesley CDP, Massachusetts). Isto é um contraste total com o poucochinho rendimento médio das famílias portuguesas à merce do PS, BE e Livre que é de 19 400 euros. Ou seja, uma família Wellesleyana a viver no capitalismo americano ganha, em termos brutos, mais de 10 vezes que uma família portuguesa media a viver no socialismo lusitano.

Como ainda por cima uma família Wellesleyana paga metade de IRS – 24% para casal que ganhe menos de 354 000 euros em conjunto – (IRS provides tax inflation adjustments for tax year 2024 | Internal Revenue Service) que uma família portuguesa paga, então, em termos líquidos, as famílias aqui ganham cerca de vinte vezes mais que os as famílias portuguesas que pagam até 48% de IRS. Claro que Wellesley, sendo uma espécie da Cascais........

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