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Uma questão de fé

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08.10.2025

Começou como missão humanitária, por oposição às acusações de propaganda. Acabou como acção de propaganda, por oposição às acusações de que a coisa servia apenas para sinalizar virtudes e condicionar o debate público europeu, e não vinha daí nenhum mal ao mundo, já que quem contesta a propaganda é conivente com o “genocídio”, é desprovido de “humanidade”, é, enfim, um selvagem. Partiram, não em silêncio, como os monges, mas como propagandistas da virtude. Um grupo de virtuosos — ateus por dentro, mas pequenos deuses por fora — embarcou rumo à mais recente romaria laica da extrema-esquerda europeia. A bordo iam as ideias de sempre, os dogmas de sempre, os ícones reciclados, os jornalistas amigos e a absoluta convicção de que alcançariam tudo o que fosse necessário para mostrar ao mundo que o Ocidente, sempre ele, da América a Israel, é o diabo encarnado.

O pequeno exército de acólitos da indignação selectiva decidiu fazer-se ao mar como quem parte em campanha eleitoral a bordo do sofrimento alheio.........

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