Nasci, cresci e estudei em Portugal. Vários amigos estudaram fora, e tantos outros que depois dessa experiência, ou por lá ficaram ou tempos depois para lá voltaram. Eu sempre quis ficar no meu país, pela minha família, e por acreditar verdadeiramente que o nosso jardim da europa à beira mar plantado merece mais.

Nunca tive dúvidas do meu desejo de viver, trabalhar e construir família em Portugal. Continuei – e continuo, quiçá com alguma teimosia – a acreditar no potencial tremendo português. Das suas gentes, das suas tradições, da nossa reputação de bem-dispostos e acolhedores, das gerações capazes e com talento, das mentes inteligentes, dos contributos inovadores na saúde, na ciência e na cultura que já trouxe ao mundo.

Tenho amor ao meu país e sou teimosa. Não me resigno. Na verdade, eis outra característica tão portuguesa: não abalar, não desistir.

Em muitos momentos sinto este país adormecido. Quando, em 2015 — ainda sem poder votar – assisti ao país a confiar a vitória ao PSD e ao CDS, comecei a desenvolver uma consciência política maior. Pouco depois, vi surgir uma gerigonça à esquerda liderada pelo PS, que entre acordos, amuos, zangas e um eventual divórcio governou até aos dias de hoje.

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Um país que vi transformar-se em pouca ambição, em categorias profissionais de importância histórica desvalorizadas, em estudantes sem condições nas escolas e sem professores para lecionar. Um país constantemente ultrapassado nos rankings, estatísticas e índices europeus de crescimento económico e de qualidade. Um país territorialmente pequeno, mas sem ferrovia eficiente, em que fazer Bragança – Algarve continua a exigir quase um dia. Um país em que estudantes continuam a ver-se obrigados a desistir dos estudos, por não terem quartos para residir, e por serem censurados nos apoios sociais se trabalharem enquanto estudam. Um país paralisado, incapaz de garantir serviços de saúde em tempo útil, incapaz de garantir o direito básico a uma casa para viver. Um país em que por muito que se estude, por muito que se trabalhe (251 mil portugueses têm 2 trabalhos!), por muito esforço que se invista, uma vida feliz e desafogada continua a parecer uma miragem para a grande maioria dos portugueses.

Sonho um país muito melhor que isto. Acredito num país melhor. Não me surpreende, por isso, que 1 em cada 3 jovens emigre. Não me surpreende assistir à vertigem do voto de protesto e de revolta, fruto do cavalgar de partidos oportunistas nas fragilidades dos mais pobres, de uma classe média asfixiada e, também, de algumas elites que se tentam fechar sobre si.

A boa notícia é que dia 10 de março temos uma oportunidade de mudar o paradigma. Temos uma oportunidade para votar numa alternativa. Não sou ingénua: problemas crónicos não se resolvem do dia para a noite. Há muitíssimo trabalho a fazer, mas uma coisa é certa: a Aliança Democrática tem a vontade, a ambição, o foco e a competência para oferecer uma resposta credível, sensata e moderada para um país que precisa de crescer. O voto na AD é um voto num projeto de visão holística: que incentiva e liberta os privados, para que estes possam produzir riqueza, mas que, simultaneamente, protege os mais vulneráveis. Um projeto que quer assegurar igualdade de oportunidades e que se preocupa com os sonhos das novas gerações que são o futuro.

Para dia 10 de março, não vos peço nada. Mas prometo-vos. Prometo que tudo farei para respeitar a confiança que depositarem. Não vos peço o vosso voto, prometo-vos o meu. Votarei para que Portugal seja melhor a partir de dia 10. Prometo-vos trabalho e dedicação. Prometo-vos o meu melhor. E, acima de tudo, prometo-vos não desistir de contribuir para que este nosso Jardim à beira mar plantado volte a florescer.

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QOSHE - Um compromisso com Portugal - Eva Brás Pinho
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Um compromisso com Portugal

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01.03.2024

Nasci, cresci e estudei em Portugal. Vários amigos estudaram fora, e tantos outros que depois dessa experiência, ou por lá ficaram ou tempos depois para lá voltaram. Eu sempre quis ficar no meu país, pela minha família, e por acreditar verdadeiramente que o nosso jardim da europa à beira mar plantado merece mais.

Nunca tive dúvidas do meu desejo de viver, trabalhar e construir família em Portugal. Continuei – e continuo, quiçá com alguma teimosia – a acreditar no potencial tremendo português. Das suas gentes, das suas tradições, da nossa reputação de bem-dispostos e acolhedores, das gerações capazes e com talento, das mentes inteligentes, dos contributos inovadores na saúde, na ciência e na cultura que já trouxe ao mundo.

Tenho amor ao meu país e sou teimosa. Não me resigno. Na verdade, eis outra característica tão portuguesa: não abalar, não desistir.

Em muitos momentos sinto este país adormecido. Quando, em 2015 — ainda sem........

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