O Estado de Direito não pode compadecer-se com a opacidade das suas instituições. Se é verdade que antes de ontem António Costa caiu de um parágrafo abaixo, é igualmente verdade que tal parágrafo, numa primeira leitura, é, no mínimo, vago, e isso, do Ministério Público, não o podemos aceitar. Este parágrafo teria sempre de ser conducente a inequívocos esclarecimentos; e mais do que o direito, teríamos o dever de os exigirmos, e a breve tempo. E temos.

Porém, hoje, numa segunda leitura do mesmo parágrafo à luz da descoberta de mais de 75.000 euros entre os livros das estantes do gabinete de Vítor Escária, e sabendo que este dinheiro vivo não se destina a incentivos à leitura, a percepção sobre aquele parágrafo muda. Não digo que os factos mudaram. Mas a percepção, sim. De repente, é outro texto. Torna-se necessariamente vago para salvaguardar as diligências em curso.

Pior. António Costa, que obviamente presumimos inocente, aparece contaminado pelo seu Chefe de Gabinete. Mas não apenas.

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De entre dois males, o menor

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10.11.2023

O Estado de Direito não pode compadecer-se com a opacidade das suas instituições. Se é verdade que antes de ontem António Costa caiu de um parágrafo abaixo, é igualmente verdade que tal parágrafo, numa primeira leitura, é, no mínimo, vago, e isso, do Ministério Público, não o podemos aceitar. Este parágrafo teria sempre de ser........

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