A Jovem Orquestra Sinfónica do Tejo (JOST) marcou a abertura da assembleia municipal extraordinária dos 50 anos do 25 de Abril, em Abrantes, emocionando grande parte da plateia. Os primeiros 40 minutos foram dedicados à actuação da orquestra que arrancou aplausos fortes da plateia. O momento mais emotivo da actuação ficou reservado para “Grândola Vila Morena” em que toda a plateia se levantou e, a uma só voz, juntou-se à orquestra para entoar um dos mais emblemáticos hinos da revolução de 25 de Abril de 1974. O hino nacional, "A Portuguesa", abriu a actuação e foi outro dos momentos que levou a plateia a emocionar-se e assistir de pé à interpretação da orquestra.
A actuação foi composta pelas obras, popularmente conhecidas como “Músicas de Abril” de artistas como Carlos Paredes, Lopes Graça, José Nisa e Zeca Afonso, consideradas hinos de resistência e emblemas de luta e esperança pela liberdade cultural, reflectindo o espírito revolucionário dessa época.

Presidente da Câmara de Abrantes destacou o papel das autarquias nos 50 anos da democracia, afirmando que estão prontas para assumir mais responsabilidades e servir melhor a população. Manuel Valamatos falou também “em novos movimentos políticos que se aproveitam das falhas do sistema democrático para o descredibilizar”.

O Regimento de Apoio Militar de Emergência (RAME), em Abrantes, acolheu a Assembleia Municipal Extraordinária dos 50 anos do 25 de Abril. O presidente do município, Manuel Valamatos, começou por destacar o trabalho das autarquias em prol da democracia. “Ainda há muito a fazer, mas as autarquias têm sido o motor do desenvolvimento regional e estão prontas para assumir mais responsabilidades para servir o melhor possível as comunidades”, afirmou, sublinhando que os municípios são a maior força activa de participação dos cidadãos na vida política e social do país.
Também o cenário político das últimas eleições legislativas mereceu a reflexão do autarca de Abrantes. “A lição de Salazar está a florescer em novos movimentos políticos que se aproveitam das falhas do sistema democrático para o descredibilizar. Grupos e individualidades que se alimentam do medo e da desinformação para promover xenofobia e racismo. Não podemos perder os direitos conquistados há 50 anos” atirou o autarca, acreditando que um dos grandes desafios para os próximos anos é fazer com que as gerações que sempre viveram em democracia e liberdade valorizem e continuem a defender, diariamente, os valores conquistados em Abril. “Defender todo o tempo o progresso seja na igualdade de géneros e oportunidades ou direitos dos trabalhadores. Sempre que estivermos unidos estaremos mais próximos dos ideais de Abril”, concluiu. António Mor, o presidente da assembleia municipal, afirmou que é obrigatório relembrar o 25 de Abril “para os que não se lembram e para os que se fazem de esquecidos”. “Cheguei a fazer 16 quilómetros a pé diariamente com colegas do Pego para ir para a escola. Hoje, felizmente, os alunos até podem usufruir de transportes públicos de forma gratuita no Médio Tejo” afirmou.

No âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, o município de Abrantes inaugurou a requalificação da rotunda “Combatentes da Guerra do Ultramar”, em São Lourenço. A viatura de guerra chaimite pretende homenagear os combatentes falecidos na guerra do Ultramar. No discurso de inauguração, Manuel Valamatos destacou a importância da vida militar em Abrantes e no país e que a viatura representa a vida dos militares que deram a vida por Portugal. A rotunda, inaugurada no Dia da Liberdade, tem uma placa alusiva aos 50 anos da democracia.

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Uma Orquestra que fez a diferença

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08.05.2024

A Jovem Orquestra Sinfónica do Tejo (JOST) marcou a abertura da assembleia municipal extraordinária dos 50 anos do 25 de Abril, em Abrantes, emocionando grande parte da plateia. Os primeiros 40 minutos foram dedicados à actuação da orquestra que arrancou aplausos fortes da plateia. O momento mais emotivo da actuação ficou reservado para “Grândola Vila Morena” em que toda a plateia se levantou e, a uma só voz, juntou-se à orquestra para entoar um dos mais emblemáticos hinos da revolução de 25 de Abril de 1974. O hino nacional, "A Portuguesa", abriu a actuação e foi outro dos momentos que levou a plateia a emocionar-se e assistir de pé à interpretação da orquestra.
A actuação foi composta pelas obras, popularmente conhecidas como “Músicas de Abril” de artistas como Carlos Paredes, Lopes Graça, José Nisa e Zeca Afonso, consideradas hinos de resistência e emblemas de luta e esperança pela........

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