O caso da modernização e atualização do Mini e do Fiat 500, produzidos respetivamente pela primeira vez em 1969 e 1957, constituem excelentes exemplos de como marcas e conceitos antigos devidamente trabalhados pela engenharia e design contemporâneo se tornam em conceitos novamente inovadores em pleno século XXI. Esses dois megassucessos são fruto de trabalho competente bem feito. Trabalho competente bem feito é trabalho feito pelos melhores. Sem esse pequeno detalhe, a competência dos melhores, não há qualquer hipótese de sucesso…

Escrevo esta nota introdutória num tempo, onde uma vez mais, a fragilidade do Partido Socialista é por demais evidente. Pior performance teria sido praticamente impossível. O tempo de António Costa acaba de uma forma frágil e o tempo de Pedro Nuno Santos começa de uma forma não menos frágil. Dir-se-ia que a modernização e ascensão do PSD, partido historicamente alternativo, constituiria tarefa relativamente básica. Desde a eleição da atual direção do PSD que manifesto um conjunto de reservas quanto à adequação das suas habilitações para a tarefa e tempo em causa. A manifestação dessas reservas e a exposição de um modelo alternativo já me valeu, por parte do presidente da distrital de Lisboa, a cognominação de ‘líder da oposição a Montenegro’. Quero esclarecer que sou apenas oposição à incompetência, ao oportunismo e à falta de coragem para inovar e, infelizmente, considero que essas características estão excessivamente presentes na atual direção do PSD.

A forma como a atual AD carrega em si uma Ausência de Desígnio e um ambiente envelhecido de política a cheirar a mofo constitui para mim fonte de enorme e chocante ADmiração. A unanimidade que recolheu dentro do PSD é a demonstração de que ninguém quer nem pensar nem inovar. Parece-me a política do salve-se quem puder…

Os dados das sondagens mostram que o PSD não existe a sul de Leiria e que o CDS e o PPM não existem no país (alta novidade!!!!…) e que à direita, o Chega começa a liderar em vários distritos. Estou muito ADmirado com a falta de espírito analítico na tática política, que este grupo evidencia, apesar desta ser a área de especialidade dos membros da direção do PSD ao terem-na frequentado a vida inteira. É confrangedor e triste a forma como essa marca política tem sido tratada.

Será que a direção do PSD não entendeu que a coligação feita, como foi feita, enfraquece e retira valor ao PSD? Será que a direção do PSD já equacionou a possibilidade do partido Chega superar a AD em numero de votos? Estou ADmirado com a apatia, falta de profissionalismo e como dizem os Ingleses, ‘wishfull thinking’ que caracteriza o comportamento e o trabalho que este grupo (não) realiza.

A incompetência que vem reinando demasiados anos no PSD, é a razão maior do sucesso que a esquerda e o Partido Socialista têm tido junto do eleitorado. A dois meses das eleições e perante o desaire e apatia, inteligente, corajoso e inovador seria convocar eleições internas para que o partido pudesse arejar e aparecer com nova e inovadora liderança. Quando os interesses individuais se sobrepõem aos do coletivo, passamos a ter o que temos… É o que é. Da minha parte resta-me apenas ficar ADmirado… l

CEO do Taguspark, Professor universitário