Um fenómeno chamado Black Coffee

Para quem lidou ou conhece o dj tímido e introspetivo que sempre pautou as suas atuações por um estilo House music misturado com sonoridades africanas com um toque tribal que faz o pé mexer de forma quase impulsiva e natural, saberá por certo que nada disto seria expectável.

A semana passada fui convidado para um evento que me chamou à atenção, pelo hype que tem sido criado à volta do dj sul-africano Black Coffee. Tive o prazer de tocar com ele há cerca de 10 anos, em Moçambique, num espetáculo que juntou na altura alguns nomes locais mas que tinha como cabeça de cartaz a banda de Joanesburgo, Mi Casa, que tem como vocalista um cantor de ascendência portuguesa. Já nessa época o produtor musical tinha uma enorme legião de fãs na região e sempre que ia a algum lado era sinónimo de casa cheia. Esse fenómeno, no entanto, cresceu e propagou-se a um ritmo inimaginável. Para quem lidou ou conhece o dj tímido e introspetivo que sempre pautou as suas atuações por um estilo House music misturado com sonoridades africanas com um toque tribal que faz o pé mexer de forma quase impulsiva e natural, saberá por certo que nada disto seria expectável.

África do Sul, para quem conhece, é um autêntico viveiro musical de onde despontam recorrentemente grandes músicos e artistas. Está-lhes no sangue e sempre foi uma forma de expressão cultural muito vincada. Desde Miriam Makeba até Dave Mathews Band, dos Freshlyground a Elaine, é uma história riquíssima e muito diversa, marcada por estilos bem heterogéneos e múltiplos idiomas, com cantores para todos os gostos. Naturalmente que toda esta força influencia de forma pungente os países circundantes e Moçambique não é diferente. Voltando ao artista que tem mais de 2 milhões de ouvintes diários no Spotify, um olhar que não precisa de ser muito atento percebe que o mesmo só toca com um braço por culpa de um atentado a 10 de Fevereiro de 1990 (momento retratado num recente documentário sobre a sua vida), o que não o impede de ser neste momento um dos principais djs do mundo e um produtor de excelência para além de uma pessoa afável e discreta.

Na sua mais recente atuação em Portugal e depois de ter enchido o Campo Pequeno, trouxe atrás de si cerca de 10 mil pessoas num espetáculo de luz e cor assinalável, na FIL no Parque das Nações, com um painel vídeo wall cheio de imagens muito apropriadas da cultura africana mais tribal que acabaram por dar uma envolvência repleta de magia que se embrenhou em todos quantos puderam assistir ao espetáculo. O ambiente criado foi de pura festa e animação cheio de gente que sabia ao que ia e que por certo não ficou com as expectativas defraudadas.

Uma palavra especial para a banda eletrónica dinamarquesa WhoMadeWho. A atuação que antecedeu Black Coffee, num registo híbrido de dj Set e live act foi de uma qualidade assinalável num registo que aparece agora muito em voga e que teve o seu apogeu com o seu reconhecido tema “Never Alone”. Aliás, artistas como Monolink e os próprios têm feito muito sucesso num público português mais alternativo e que adora música melódica mais crua, com vozes misteriosas que lhe dão um certo tom místico. Uma surpresa muito agradável para quem nunca os tinha visto ao vivo.

A semana passada fui convidado para um evento que me chamou à atenção, pelo hype que tem sido criado à volta do dj sul-africano Black Coffee. Tive o prazer de tocar com ele há cerca de 10 anos, em Moçambique, num espetáculo que juntou na altura alguns nomes locais mas que tinha como cabeça de cartaz a banda de Joanesburgo, Mi Casa, que tem como vocalista um cantor de ascendência portuguesa. Já nessa época o produtor musical tinha uma enorme legião de fãs na região e sempre que ia a algum lado era sinónimo de casa cheia. Esse fenómeno, no entanto, cresceu e propagou-se a um ritmo inimaginável. Para quem lidou ou conhece o dj tímido e introspetivo que sempre pautou as suas atuações por um estilo House music misturado com sonoridades africanas com um toque tribal que faz o pé mexer de forma quase impulsiva e natural, saberá por certo que nada disto seria expectável.

África do Sul, para quem conhece, é um autêntico viveiro musical de onde despontam recorrentemente grandes músicos e artistas. Está-lhes no sangue e sempre foi uma forma de expressão cultural muito vincada. Desde Miriam Makeba até Dave Mathews Band, dos Freshlyground a Elaine, é uma história riquíssima e muito diversa, marcada por estilos bem heterogéneos e múltiplos idiomas, com cantores para todos os gostos. Naturalmente que toda esta força influencia de forma pungente os países circundantes e Moçambique não é diferente. Voltando ao artista que tem mais de 2 milhões de ouvintes diários no Spotify, um olhar que não precisa de ser muito atento percebe que o mesmo só toca com um braço por culpa de um atentado a 10 de Fevereiro de 1990 (momento retratado num recente documentário sobre a sua vida), o que não o impede de ser neste momento um dos principais djs do mundo e um produtor de excelência para além de uma pessoa afável e discreta.

Na sua mais recente atuação em Portugal e depois de ter enchido o Campo Pequeno, trouxe atrás de si cerca de 10 mil pessoas num espetáculo de luz e cor assinalável, na FIL no Parque das Nações, com um painel vídeo wall cheio de imagens muito apropriadas da cultura africana mais tribal que acabaram por dar uma envolvência repleta de magia que se embrenhou em todos quantos puderam assistir ao espetáculo. O ambiente criado foi de pura festa e animação cheio de gente que sabia ao que ia e que por certo não ficou com as expectativas defraudadas.

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Um fenómeno chamado Black Coffee

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07.11.2023

Um fenómeno chamado Black Coffee

Para quem lidou ou conhece o dj tímido e introspetivo que sempre pautou as suas atuações por um estilo House music misturado com sonoridades africanas com um toque tribal que faz o pé mexer de forma quase impulsiva e natural, saberá por certo que nada disto seria expectável.

A semana passada fui convidado para um evento que me chamou à atenção, pelo hype que tem sido criado à volta do dj sul-africano Black Coffee. Tive o prazer de tocar com ele há cerca de 10 anos, em Moçambique, num espetáculo que juntou na altura alguns nomes locais mas que tinha como cabeça de cartaz a banda de Joanesburgo, Mi Casa, que tem como vocalista um cantor de ascendência portuguesa. Já nessa época o produtor musical tinha uma enorme legião de fãs na região e sempre que ia a algum lado era sinónimo de casa cheia. Esse fenómeno, no entanto, cresceu e propagou-se a um ritmo inimaginável. Para quem lidou ou conhece o dj tímido e introspetivo que sempre pautou as suas atuações por um estilo House music misturado com sonoridades africanas com um toque tribal que faz o pé mexer de forma quase impulsiva e natural, saberá por certo que nada disto seria expectável.

África do Sul, para quem conhece, é um autêntico viveiro musical de onde despontam recorrentemente grandes músicos e artistas. Está-lhes no sangue e sempre foi uma forma de expressão cultural muito vincada. Desde Miriam Makeba até Dave Mathews Band, dos Freshlyground a Elaine, é uma história riquíssima e muito diversa, marcada por estilos bem heterogéneos e múltiplos idiomas, com cantores para todos os gostos. Naturalmente que toda esta força influencia de forma pungente os países circundantes e Moçambique não é diferente. Voltando ao artista que tem mais de 2 milhões de ouvintes diários no Spotify, um olhar que não precisa de ser muito atento percebe que o mesmo só toca com um braço por culpa de um atentado a 10 de Fevereiro de 1990 (momento retratado num recente documentário sobre a sua vida), o que não o impede de ser neste momento um dos principais djs do mundo e um produtor de excelência para além de uma pessoa afável e discreta.

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