O TGV ligará Valença a Lisboa. Com Porto e Lisboa a ficarem apenas a 1h15m.

Quando o comboio “normal” chegou, no século XIX, foi essencial a obra da empresa Eiffel na travessia do Douro, tal como o brutal esforço de abrir o túnel D. Carlos I até ao centro da cidade. A estação do Pinheiro de Campanhã, aberta antes da ponte, levou a um grande desenvolvimento do lado oriental: ainda há chaminés, palacetes e “ilhas” a lembrá-lo.

Então, as estações eram imóveis monumentais, sobretudo as centrais. Quando distantes do centro, davam lugar, regra geral, a arranjo urbanístico que incluía uma “avenida da estação”.

Com o TGV, haverá três estações a servir o Porto: Campanhã (a principal), Santo Ovídio (Gaia) e Aeroporto (Maia). Do que se passará junto ao aeroporto, ainda pouco se sabe. Mas, para Campanhã e Santo Ovídio, têm aparecido a público uns esboços.

Anunciam-se grandes mudanças. Mas não se percebem melhorias na ligação ao centro, nem a estratégia subjacente às propostas. Em Gaia, o acesso à estação subterrânea é particularmente infeliz, com uma cobertura a lembrar um centro comercial. No exterior, há prédios incompreensíveis e palmeiras esguias que hoje, em clima atlântico, são incompreensíveis. Para Campanhã, a solução não mostra integração no que existe, antes se concentra na “coisa nova”, incluindo uns blocos com grande destaque na paisagem, qual fortaleza no alto dum monte. Entretanto, a ligar as estações, sobre o Douro, haverá uma ponte-cópia-esticada da Luiz I com dezenas de pilares e pilaretes do lado de Gaia, ainda que me pareça agora menos feia que em versões anteriores.

Por certo que, daqui até ao projeto, isto melhora! Convinha, para estar à altura da assinalável melhoria de acessibilidade que vamos ter. Por fim. Depois de tantos anos de desprezo pelos carris.

QOSHE - Estações - Rio Fernandes
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Estações

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24.01.2024

O TGV ligará Valença a Lisboa. Com Porto e Lisboa a ficarem apenas a 1h15m.

Quando o comboio “normal” chegou, no século XIX, foi essencial a obra da empresa Eiffel na travessia do Douro, tal como o brutal esforço de abrir o túnel D. Carlos I até ao centro da cidade. A estação do Pinheiro de Campanhã, aberta antes da ponte, levou a um grande desenvolvimento do lado oriental: ainda há chaminés, palacetes e “ilhas” a lembrá-lo.

Então, as........

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