Os que moramos no Porto, ou em Matosinhos, Maia, Valongo, Gondomar e Vila Nova de Gaia somos cidadãos do nosso concelho, mas também de uma cidade alargada que usamos para emprego, fazer compras e noutras deslocações, diárias ou ocasionais.

Esta cidade não tem governo, pelo que a sua evolução resulta da soma das visões (e reações) de cada autarquia e da descoordenação entre projetos individuais e alguns supramunicipais (água, lixo, metro, ...). Veja-se o caso da travessia do Douro, questão importante, visto que cerca de 1/3 dos habitantes desta cidade vivem a sul do rio e 2/3 a norte.

Sabemos que, para ser financiada, a Ponte D. Adelaide Ferreira, a construir junto à Arrábida, tem de estar concluída em 2026. Mas, como confiar neste prazo, se a Metro do Porto não os cumpre em qualquer das obras que tem em curso? Invocando isso mesmo, Rui Moreira não permitirá que a ponte avance, face a tantas obras em curso há (tanto) tempo a mais. Entretanto, inaugura-se, dentro de 5 ou 6 meses, a expansão da Linha Amarela, em Gaia, muito antes de haver uma ligação entre Santo Ovídio e a Casa da Música.

Assim sendo, quando as composições já andam cheias na Avenida da República, sobretudo depois de passarem junto à estação de General Torres, como será então, sem uma alternativa de ligação à Boavista e o acréscimo dos que vêm de Vila d’Este? Vão muitos gaienses ter de voltar ao automóvel?

Outro caso interessante é o da ponte a montante da D. Maria Pia (desta última já nem falo). Em 2018, foi anunciada como alternativa ao tabuleiro inferior da Ponte Luiz I, fechado para obras no final de 2021. Mas, afinal, as obras fizeram-se, sem ela. E com a Luiz I sem automóveis, diz-se agora, 5 anos depois, que será em 2028 que a teremos. Daqui a 5 anos.

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Atrasos e desgoverno

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08.11.2023

Os que moramos no Porto, ou em Matosinhos, Maia, Valongo, Gondomar e Vila Nova de Gaia somos cidadãos do nosso concelho, mas também de uma cidade alargada que usamos para emprego, fazer compras e noutras deslocações, diárias ou ocasionais.

Esta cidade não tem governo, pelo que a sua evolução resulta da soma das visões (e reações) de cada autarquia e da descoordenação entre projetos individuais e alguns supramunicipais (água, lixo,........

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