O futebol perde sempre que o árbitro quer ser o protagonista principal. Isso mesmo aconteceu no passado sábado, em Vila do Conde, quando um golo limpo de rara beleza foi anulado pelo árbitro Fábio Veríssimo. Não satisfeito com a decisão manifestamente errada, o árbitro ainda quis ser mais protagonista ao explicar-se no sistema sonoro do estádio.
O grande golo de Banza começou a construir-se com um passe para Abel Ruiz. Nesse momento, Banza estava adiantado, mas parado e totalmente desinteressado do lance, não tendo feito qualquer movimentação - foi o defesa do Rio Ave que se dirigiu a ele. A bola foi jogada por Abel Ruiz a dois metros daquele local e em circunstância alguma houve qualquer interferência de Banza nesta fase da jogada.
Não houve nenhuma razão para invalidar a jogada e anular um golo que estaria hoje a correr o Mundo pela sua beleza. Pelo contrário, o que lemos nas páginas internacionais é a incredulidade pela sua anulação. Vai a Liga ser consequente e anular todos os golos em condições idênticas a partir de hoje?
Ninguém se surpreende que a Liga tenha “feito história” com uma decisão errada, contrária ao espírito do futebol e nefasta para o espetáculo desportivo. Infelizmente, a Liga Portugal tem-nos habituado a isso. A mesma Liga que puniu o Braga por utilizar o sistema sonoro de forma inócua vai agora premiar o árbitro que “fez história” a anunciar uma decisão injusta e errada?
Razão têm os adeptos quando cantam que a Liga “está a matar o futebol”. Talvez por lhes reconhecer razão é que insiste em silenciar a sua liberdade de expressão.
*Adepto do Braga