O país não precisa de quem diga o que está errado; precisa de quem saiba o que está certo. Inspiro-me nas palavras de Agustina Bessa-Luís para perspetivar o novo ciclo político que se avizinha.

Instalada mais uma crise política que tem conduzido a diversas intervenções de figuras públicas e a desenvolvimentos políticos que a todos causam perplexidade e inquietação, importa conhecer e debater as soluções para os problemas estruturais que o país enfrenta.

Num cenário marcado por acontecimentos globais adversos, casos da guerra e da crise de refugiados e fronteiras, e de imprevisibilidade, importa promover a solidariedade e a coesão económica e social entre grupos da população e entre regiões. O combate a estas disparidades exige contrariar a concentração e o centralismo reinantes, devendo as forças centrípetas sobrepor-se às centrífugas, de forma a alcançar um desenvolvimento regional mais equilibrado, com vista a conseguir um país mais competitivo e sustentável, económica e socialmente.

As políticas públicas não podem ficar alheias às crescentes disparidades e ao preocupante esvaziamento populacional, em especial dos jovens qualificados. A mobilidade da geração Erasmus, nos dias de hoje, tem vindo a estender-se para o mercado de trabalho e a traduzir-se numa preocupante fuga de jovens qualificados, que urge travar.

Para tal, importa transformar o atual perfil da economia, passando para uma economia baseada na criação de bens e serviços de maior valor acrescentado, o que exige uma aposta na ciência e inovação e que se dê continuidade à trajetória de qualificação.

É, igualmente, importante dar resposta aos desafios climáticos e à construção de um novo modelo de desenvolvimento, descarbonizado e circular, assente na valorização do capital natural, disponível nos chamados territórios do interior ou de baixa densidade.

É essencial reforçar a inclusão destes temas na agenda política programática e em planos de ação muito concretos, pois está em causa o futuro e a sustentabilidade do país, não obstante a constante contestação de algumas elites de “tiques centralistas”.

QOSHE - Um novo ciclo político - António Fontaínhas Fernandes
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Um novo ciclo político

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14.11.2023

O país não precisa de quem diga o que está errado; precisa de quem saiba o que está certo. Inspiro-me nas palavras de Agustina Bessa-Luís para perspetivar o novo ciclo político que se avizinha.

Instalada mais uma crise política que tem conduzido a diversas intervenções de figuras públicas e a desenvolvimentos políticos que a todos causam perplexidade e inquietação, importa conhecer e debater as soluções para os problemas estruturais que o país enfrenta.

Num cenário marcado por acontecimentos globais adversos, casos........

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