As gerações mais recentes, incluindo a minha, nasceram em plena liberdade, livres das amarras da ditadura após o 25 de abril. Portugal e as suas regiões, como a Madeira, desenvolveram-se notavelmente após essa data e com a entrada na União Europeia, impulsionados pelos seus inúmeros benefícios e oportunidades.

Passamos de um ensino opressivo para um sistema de ensino para todos, que capacitou todo o país, com uma rede de escolas que não deixou ninguém para trás e que aumentou os baixos índices de alfabetização de Portugal. Transitamos para um Serviço Nacional de Saúde tendencialmente gratuito, que é independente ao estado socioeconómico, para mais oportunidades de emprego, de habitação, e acima de tudo para mais qualidade vida e bem-estar. Numa terra de liberdade a que Portugal nos habitou, fomos perdendo a consciência de que nem tudo o que damos por adquirido é uma certeza e as eleições no passado dia 10 de março demonstram bem que se adormecermos em democracia, poderemos acordar em ditadura.

Não me alongo sobre o milhão de pessoas que votaram no partido da extrema-direita, xenófobo, racista misógeno e anti-Europeísta. Trabalho com os seus pares há quase 5 anos no Parlamento Europeu e sei perfeitamente ao que vêm: à destruição desde o interior, a política do bota-abaixo parca em quaisquer ideias, onde a máxima do dividir para reinar nunca assentou tão bem a um grupo.

Mas reflito sobre os próximos dois atos eleitorais que teremos pela frente na nossa região: as Eleições para a Assembleia Legislativa regional, de onde sairá o próximo Presidente do Governo Regional; e as eleições para o Parlamento Europeu.

Nas primeiras, os madeirenses precisam de refletir: se querem continuar com um sistema obsoleto, gasto e com investigações judiciais criminosas a decorrer e que até hoje não mereceram um esclarecimento cabal aos madeirenses, se querem optar por um projeto extremista ou se votarão na verdadeira mudança, para finalmente fazer chegar ventos de Abril à nossa terra do Atlântico? O PS é o único partido que apresenta um projeto conciso, de ideias que garantem efetivar a mudança na nossa Região, o voto que permitirá fazer prosperar um território rico, que seja para todos e não para alguns, uma região com oportunidades para todos e não só para alguns e que garanta que os mais jovens não tenham de emigrar para conseguirem ter qualidade de vida. A menos de dois meses para estas eleições, numa crise política patrocinada pelo PPD/PSD, pelo CDS e pelo PAN, é certo que Miguel Albuquerque irá dizer que o Chega não é uma linha vermelha, consumando um casamento quase certo e que terá os dias contados, pois já sabemos o resultado dessa união nos Açores.

No dia 9 de Junho, nas eleições para o Parlamento Europeu, somos chamados a escolher os portugueses que irão ocupar os 21 lugares no Parlamento Europeu. Estas eleições não recaem sobre caras, mas sim sobre ideias e projetos. A Extrema-direita não representa o futuro, os seus programas incidem sobre separar e desagregar povos, conotando os europeus como de primeira e os de segunda, com uma agenda racista que coloca cidadãos uns contra os outros. Por experiência, posso partilhar que a Extrema-direita não se empenha no debate e em criar soluções, prefere fugir ou não aparecer quando se discute a Europa e o rumo que o projecto deve ganhar. Duvide daqueles que apenas dizem o que queremos ouvir, que se aproveitam do populismo para passar uma imagem de união, movida por interesses fragmentados.

O único voto que pode mudar a Madeira e garantir que continuemos com um projeto europeu próspero, é no Partido Socialista. Com quadros capazes e com um projeto agregador, o Partido Socialista já demonstrou que é o verdadeiro representante de todos os madeirenses e portossantenses. Daqui a uns dias, celebramos os 50 anos do 25 de Abril e da nossa Democracia. Já é tempo de trazer Abril para a Madeira, é tempo de mudar, pela Madeira que é a nossa causa.

QOSHE - 50 anos do 25 de Abril - Sara Cerdas
menu_open
Columnists Actual . Favourites . Archive
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close
Aa Aa Aa
- A +

50 anos do 25 de Abril

13 1
02.04.2024

As gerações mais recentes, incluindo a minha, nasceram em plena liberdade, livres das amarras da ditadura após o 25 de abril. Portugal e as suas regiões, como a Madeira, desenvolveram-se notavelmente após essa data e com a entrada na União Europeia, impulsionados pelos seus inúmeros benefícios e oportunidades.

Passamos de um ensino opressivo para um sistema de ensino para todos, que capacitou todo o país, com uma rede de escolas que não deixou ninguém para trás e que aumentou os baixos índices de alfabetização de Portugal. Transitamos para um Serviço Nacional de Saúde tendencialmente gratuito, que é independente ao estado socioeconómico, para mais oportunidades de emprego, de habitação, e acima de tudo para mais qualidade vida e bem-estar. Numa terra de liberdade a que Portugal nos habitou, fomos perdendo a consciência de que nem tudo o que damos por adquirido é uma certeza e as eleições no passado dia 10 de março demonstram bem que se adormecermos em democracia,........

© JM Madeira


Get it on Google Play