Em democracia, e a Região Autónoma da Madeira vive em democracia, desde 1976, com parlamento e Governo Regional, ou seja, com órgãos de governo próprio, ninguém questiona a separação de poderes, o legislativo, o executivo e o judicial, a que podemos ainda juntar um outro poder, o dito quarto poder, o da comunicação social, cuja existência, importância e papel determinante, nas sociedade contemporâneas, logo também entre nós, é por todos reconhecida, como também ninguém, em normal estado de consciência, questiona que cada um destes poderes tem limites que não pode nem deve ultrapassar.

À partida, as regras da democracia são, aliás, bastante simples e nada difíceis de compreender e de cumprir, sendo certo que cabe à população a escolha de quem deve governar.

A esta junção de poderes, junta-se ainda o papel fiscalizador das práticas governativas, que deve ser exercido pelos partidos da oposição e pelos cidadãos, como consagrado na lei. Mais uma vez, ninguém, detentor do seu perfeito juízo, questiona este facto.

Acontece que, na Madeira, sobretudo fruto da relação de confiança entre população e o PSD (na última legislatura com o CDS e agora, nesta, com o PAN, cujos princípios e preocupações, nomeadamente a defesa do ambiente e a causa animal, são também fulcrais na Social-democracia, sendo, ademais, já postos em prática), pela defesa da Autonomia, dos nossos valores e identidade própria, pelo desenvolvimento e progresso constantes, que transformaram completamente o arquipélago e melhoram de forma inquestionável a qualidade de vida das pessoas, a governação tem sido sempre ao centro e à direita.

Acontece também na Madeira que a oposição, por mais eleições que perca, usa e abusa da ideia de que tudo o que o Governo Regional, em concreto obras públicas, importantíssimas para a população e para o desenvolvimento, crescimento económico, criação de emprego, não prestam e são favorecimentos a grupos económicos.

Para isso, mais do que a própria e normal dialéctica política, mais do que a fiscalização e debate parlamentar, usam e abusam de mil e um estratagemas, alguns deles nitidamente baseados na insinuação e acusações infundadas e gratuitas, alimentadas pelo anonimato, boatos e rumores, e mesmo quando recorrem a queixas e denúncias, também quase sempre anónimas, é a própria justiça, que não lhes dá razão.

Esta sanha persecutória chega ao cúmulo de não querem que os privados façam projectos, cumprindo toda a legislação em vigor, nos terrenos que são proprietários, como é o caso da Praia Formosa.

Faz lembrar a celebre frase, "se há Governo sou contra" e se há obra também sou contra.

Noutros casos, são obras públicas, sendo o último a do teleférico do Curral das Freiras, que diabolizam, como se não houvesse teleféricos por esta Europa fora e como se o Governo Regional não cumprisse as regras, inclusive com os estudos e impacto ambiental, e estivesse a agir fora da lei.

Os muitos milhares de madeirenses e porto-santenses que, nestas cinco décadas de Autonomia, através do investimento público e privado em obras, conseguiram emprego, adquirir casa, carro, constituir famílias e estáveis projectos de vida, com filhos e filhas, criá-los, cuidá-los, vesti-los, calcá-los, dar-lhes, educação, em muitos casos até acesso ao Ensino Superior, parece que não contam para a oposição nem para outros grupos que agora por cá proliferam e que só sabem estar contra e nunca apresentam soluções para nada.

A verdade é que por eles o ideal da Madeira seria o regresso aos tempos da colonia ou pior ao tempo da pedra lascada e a viver em grutas.

QOSHE - O tempo da pedra lascada - Rui Coelho
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O tempo da pedra lascada

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18.11.2023

Em democracia, e a Região Autónoma da Madeira vive em democracia, desde 1976, com parlamento e Governo Regional, ou seja, com órgãos de governo próprio, ninguém questiona a separação de poderes, o legislativo, o executivo e o judicial, a que podemos ainda juntar um outro poder, o dito quarto poder, o da comunicação social, cuja existência, importância e papel determinante, nas sociedade contemporâneas, logo também entre nós, é por todos reconhecida, como também ninguém, em normal estado de consciência, questiona que cada um destes poderes tem limites que não pode nem deve ultrapassar.

À partida, as regras da democracia são, aliás, bastante simples e nada difíceis de compreender e de cumprir, sendo certo que cabe à população a escolha de quem deve governar.

A esta junção de poderes, junta-se ainda o papel fiscalizador das práticas governativas, que deve ser exercido pelos partidos da........

© JM Madeira


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