A recente escolha da atriz britânica Maggie Smith, de 88 anos, como rosto da marca de luxo espanhola Loewe; e a eleição do ator Patrick Dempsey, de 57 anos, como o homem mais sexy do mundo pela Revista People, são eventos emblemáticos de uma mudança cultural que se anuncia. Eles, juntamente com a decisão da atriz Pamela Anderson, de 56 anos, de circular pela Semana de Moda em Paris sem maquiagem, destacam um movimento progressista na indústria da moda e do entretenimento, desafiando as noções tradicionais de beleza.

Recentemente, a modelo Cindy Crawford, aos 57 anos, veio reforçar ainda mais essa tendência, afirmando que não havia razão para ela tentar parecer ter 25 anos. Segundo ela, envelhecer é um privilégio, pois significa que estamos vivos.

No passado não tão distante, o mundo da moda e do entretenimento era quase que exclusivamente povoado por pessoas jovens de corpos esculturais, eclipsando a verdadeira diversidade que existe entre nós. Grandes marcas temiam que a associação com indivíduos mais velhos pudesse envelhecer sua imagem. Mas hoje, o cenário está em franco processo de mudança.

Movimentos globais contra o preconceito de idade estão redefinindo o que consideramos belo ou desejável. E isso não acontece apenas na indústria da moda e do entretenimento, pois até mesmo o icônico concurso Miss Universo recentemente, como publicamos aqui, descartou sua restrição de idade, refletindo uma mudança mais ampla na maneira como percebemos a atratividade e o valor das pessoas.

Estamos no meio do que a Organização das Nações Unidas chamou de a “Era do Envelhecimento”. A população mundial está envelhecendo rapidamente, e é esperado que o número de pessoas com mais de 50 anos dobre até 2050. No entanto, essa demografia massiva sentiu-se, durante muito tempo, invisível nas campanhas publicitárias.

As estatísticas demonstram, segundo Layla Vallias, especialista em marketing, que o público 50+ gasta impressionantes dois trilhões de reais por ano, contribuindo para a denominada economia prateada. No entanto, a representação desse grupo em campanhas publicitárias sempre se mostrou desproporcionalmente baixa.

O que explica essa discrepância? Um estudo denominado “A Revolução da Longevidade”, destaca que muitas marcas simplesmente não conseguem se conectar com o público em processo de amadurecimento, frequentemente apresentando estereótipos desatualizados ou usando modelos muito mais jovens para promover produtos destinados às pessoas mais velhas.

Há uma sede de representatividade e a indústria da moda e do entretenimento estão começando a perceber isso. A mensagem subjacente? A beleza não conhece idade! Ela é multifacetada, fluida e não pode ser confinada em uma caixa na qual só cabem alguns.

A necessidade desta nova representatividade não é resultado unicamente das mudanças demográficas, ela é um manifesto que desafia e redefine as normas de beleza até então estabelecidas. À medida que marcas e plataformas abraçam figuras como Maggie Smith, Patrick Dempsey, Pamela Anderson e Cindy Crawford, elas passam a refletir a diversidade que existe na realidade, e o universo das pessoas em processo de amadurecimento se torna mais visível para aqueles que pretendem nos conquistar.

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A nova era da representatividade

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21.11.2023

A recente escolha da atriz britânica Maggie Smith, de 88 anos, como rosto da marca de luxo espanhola Loewe; e a eleição do ator Patrick Dempsey, de 57 anos, como o homem mais sexy do mundo pela Revista People, são eventos emblemáticos de uma mudança cultural que se anuncia. Eles, juntamente com a decisão da atriz Pamela Anderson, de 56 anos, de circular pela Semana de Moda em Paris sem maquiagem, destacam um movimento progressista na indústria da moda e do entretenimento, desafiando as noções tradicionais de beleza.

Recentemente, a modelo Cindy Crawford, aos 57 anos, veio reforçar ainda mais essa tendência, afirmando que não havia razão para ela tentar parecer ter 25 anos. Segundo ela, envelhecer é um privilégio, pois significa que estamos vivos.

No passado não tão distante, o mundo da moda e do........

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