Me parece que o ano passou tão rápido que ainda não caiu a ficha de que chegou o Natal e logo entraremos em 2024 sem estarmos preparados para o balanço que se costuma fazer nestes momentos de passagem. Cada ano corre mais rápido que o outro, embora os minutos, as horas, os dias e os meses sejam iguais aos de todos os outros anos e, ainda assim, tudo seja diferente.

Cada ano traz sua marca. Traz avanço e retrocesso. Cada dia mais carros elétricos andam pelas ruas, liberando energia limpa. Há mais protestos contra a desertificação do nosso estado cada dia com menos montanhas, embora não sensibilize a quem deveria.

Por outro lado, tivemos guerras que pensávamos superadas. A ameaça de uma guerra atômica devastadora não refreou os homens gananciosos, os invasores, os autoritários. O homem anda dois passos para a frente e um para trás, talvez dois para trás a cada um. É o que sentimos em certos momentos da história que vamos escrevendo com nossos atos.

Podemos prever que o mundo que deixaremos para as futuras gerações não será aquele que recebemos, nem o que sonhamos, embora haja algumas coisas com que nos orgulhar na civilização, há um planeta desgastado e depredado. O futuro nos mete medo, medo pelas crianças que hoje vêm ao mundo.

Talvez as pessoas não pensem no pior. Continuam a vida como sempre. E talvez, por menos fé que se tenha, o pior anunciado não aconteça, talvez os homens resolvam dividir o pão e consigam reverter a autodestruição.

Talvez num momento de devaneio possamos imaginar como seria se todos trabalhassem juntos pelo objetivo primeiro da civilização, que seria a proteção do homem, revertendo tudo aquilo que está dando errado.

Imaginem todas as pessoas trabalhando pelo coletivo! Imaginem que John Lennon fosse um profeta e que tudo que cantou na música “Imagine” pudesse tornar-se realidade.

Então vamos juntos neste fim de ano entoar o hino que representa o desejo de um mundo melhor para todos os homens. Quem sabe possamos conter a destrutividade, a pulsão de morte que vem nos ameaçando, rebaixando o homem, objetificando pessoas.

Quem sabe o desejo bata de frente com o gozo desenfreado, moderando os famigerados por poder e dinheiro? Quem sabe recobraremos algum dia a dignidade perdida? Segue o som, a música, e boas festas!

Imagine não haver o paraíso/É fácil se você tentar/Nenhum inferno/ abaixo de nós/Acima de nós, só o céu. Imagine todas as pessoas/Vivendo o presente

Imagine que não houvesse nenhum país/Não é difícil imaginar/Nenhum motivo para matar ou morrer/E nem religião, também

Imagine todas as pessoas/Vivendo a vida em paz

Você pode dizer que eu sou um sonhador/Mas eu não sou o único/Espero que um dia você junte-se a nós/E o mundo será como um só

Imagine que não há posses/Eu me pergunto se você pode/Sem a necessidade de ganância ou fome/Uma irmandade dos homens/Imagine todas as pessoas/Partilhando todo o mundo

Você pode dizer que eu sou um sonhador/Mas eu não sou o único/Espero que um dia você junte-se a nós/ E o mundo viverá como um só.