Como compreender que jovens se dizendo defensores do meio ambiente, assumam formas de luta que acabam por pôr em causa a causa que dizem defender?

Na verdade, como conceber, racionalmente, que tenham lançado tinta para cima dum Luís Montenegro, quando este, depois, para se conseguir livrar dela, terá levado, segundo o próprio, mais de uma hora debaixo dum chuveiro? Repare-se que não foram, apenas, dois ou três minutos, mas logo mais de sessenta deles!

Já viram os litros de água, esse bem tão precioso, escasseando cada vez mais, que foram, assim, desperdiçados com a limpeza da dita tinta?

Afinal, como é?

Olhem, quando vissem um Luís Montenegro de mão dada com o Nuno Melo, tendo atrás o Câmara Pereira, cantando o «Embuçado» e a segurar-lhes a ponta do véu, a caminho do altar do poder, talvez fizessem mais pela causa ambientalista que dizem defender, se, em vez de tinta, lhes atirassem para os pés (metaforicamente falando, claro) uns berlindes, a ver se neles escorregavam e ao altar do poder não conseguiam chegar. Porque, se a ele chegam, vão ver, com as suas políticas neoliberais, de procura de multiplicação do capital sem freio, toda a desgraça ambiental que daí advirá, indo tudo raso, como se já não bastasse aquela a que se tem vindo a observar sob a batuta do Toninho Costa, traduzida, entre outros exemplos, em toda uma cultura intensiva de olivais carregados de pesticidas num Alentejo, que deixarão daqui a uns anos os respetivos solos inférteis ou em não menos plantação intensiva de tropicais abacateiros sugadores de água num Algarve, numa procura forçada, ainda que inglória, de se transformar esta região mediterrânica em tropical, com tropicalíssimos desfiles de escolas de samba pelo meio, em vez dos tradicionais bailes mandados, em tempo de carnaval!

Ou seja, sejam mais consequentes na vossa luta, sem querem que ela, devidamente, reconhecida seja e resultados produza!

Mas pronto, isto é um modesto escriba a opinar, sem formação académica de opinador, a fazê-lo assim como a modos tipo «simplex»!

Para ler o artigo anterior do autor, clique aqui.

* Jurista

QOSHE - Afinal, como é? - Luís Ganhão
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Afinal, como é?

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01.03.2024

Como compreender que jovens se dizendo defensores do meio ambiente, assumam formas de luta que acabam por pôr em causa a causa que dizem defender?

Na verdade, como conceber, racionalmente, que tenham lançado tinta para cima dum Luís Montenegro, quando este, depois, para se conseguir livrar dela, terá levado, segundo o próprio, mais de uma hora debaixo dum chuveiro? Repare-se que não foram, apenas, dois ou três minutos, mas logo mais de sessenta deles!

Já viram os litros de água, esse bem tão precioso, escasseando cada vez........

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