Estamos a dias de um Novo Ano. Tempo de renovação e de esperança. Este ano temos mesmo de ter muita esperança nos povos e nas lideranças, tais os desafios que se avizinham.

Desafios enormes para Portugal, a Europa e o Mundo.

Portugal enfrenta (novamente) a escolha democrática sobre o seu futuro. Numas eleições a destempo, os portugueses escolherão entre a continuidade de uma maioria de centro-esquerda e a incerteza da proposta da direita. Perante a ausência de uma liderança e proposta forte, é inevitável que a memória nos conduza à última governação austera (de Passos Coelho), e esse não é um bom cartão-de-visita para quem pede a confiança dos eleitores.

O PS oferece estabilidade de políticas de rendimentos e emprego, mas tem de superar o desgaste do tempo e oferecer soluções para o funcionamento dos serviços públicos essenciais, em particular a Educação e Saúde. Eleições de resultado incerto, mas decisivas para o futuro do país. O PSD, por enquanto, nada oferece, além do mais do que certo entendimento com o Chega se tal for necessário para alcançar o poder.

A Europa enfrenta uma tempestade perfeita. Em primeiro lugar, o sofrimento das famílias, devido ao aumento do custo de vida e dos preços da habitação, que aguardam uma resposta europeia que não chega, limitada pela vontade de governantes cegos por uma visão estreita dos Tratados. Sentem-se também os tremores fortes de uma Europa que se vai minando por dentro. As doenças que vão corroendo o projeto europeu estão já bem espalhadas. Precisamos de cura rápida para a força destruidora dos nacionalismos e populismos que ascenderam por todo o continente europeu a um ritmo avassalador. Um destes dias, não seremos mais Europa, mesmo se o formos na letra de uns tratados moribundos.

A todos estes desafios, junta-se o ribombar das guerras nas fronteiras europeias. A guerra no Médio Oriente faz perigar a estabilidade nas regiões adjacentes e reforça a ameaça terrorista no próprio continente europeu. Foram décadas demais de indiferença à ameaça terrorista do Hamas e às violações israelitas nos territórios ocupados. A guerra na Ucrânia, por outro lado, ameaça diretamente e nossa estabilidade e modo de vida em paz. São cada vez maiores as ameaças de Putin aos próprios países europeus e da NATO, à medida que vai minguando o apoio ocidental a Zelensky. O egoísmo americano e a irrelevância europeia vão custar muito às futuras gerações. A Europa tem de se assumir como uma realidade geopolítica, mais do que nunca em 2024, em que os EUA podem faltar ao Mundo.

Essa é a maior ameaça global. Umas eleições presidenciais, onde o populismo pode regressar à liderança da maior democracia do Ocidente. Trump ameaça o futuro da América, mas também o equilíbrio global.

O Mundo assiste há anos, porventura desde a crise financeira de 2008, a um retrocesso democrático global. Perante as desigualdades e a perceção de indiferença ao sofrimento, os cidadãos seguem os que mais alto gritam "Vergonha". Foi já assim outras vezes na História. As democracias não são eternas, já retrocederam de modo importante noutras épocas, mesmo nos países do que chamamos o ocidente.

O desafio em 2024 é enorme, será a nossa paz e modo de vida que estarão em causa. Saibamos ganhar forças nesta época de renovação para os tempos que se avizinham!

Com alta probabilidade de acabar em tribunal, por apropriação indevida de uma sigla que incluía outros partidos, a nova AD não passa de uma máscara que por trás esconde a coligação da troika (a PaF). Mudam o nome, mas não vão conseguir que os portugueses esqueçam.


Eurodeputado

QOSHE - 2024 - Pedro Marques
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2024

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28.12.2023

Estamos a dias de um Novo Ano. Tempo de renovação e de esperança. Este ano temos mesmo de ter muita esperança nos povos e nas lideranças, tais os desafios que se avizinham.

Desafios enormes para Portugal, a Europa e o Mundo.

Portugal enfrenta (novamente) a escolha democrática sobre o seu futuro. Numas eleições a destempo, os portugueses escolherão entre a continuidade de uma maioria de centro-esquerda e a incerteza da proposta da direita. Perante a ausência de uma liderança e proposta forte, é inevitável que a memória nos conduza à última governação austera (de Passos Coelho), e esse não é um bom cartão-de-visita para quem pede a confiança dos eleitores.

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