Nando Reis sabe, como poucos no cenário musical brasileiro, exercer a condição de pop star. Isso ele deixou claro na noite da última sexta-feira, no auditório master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Sozinho no palco, durante uma hora e meia, ele conseguiu magnetizar algo em torno de 2.500 espectadores, que foram ali para assisti-lo.

Mesmo não mostrando nada de impactante, o cantor, compositor e violonista exibiu a conhecida competência ao revisitar sua obra num show em que predominaram sucessos acumulados ao longo de quatro décadas de carreira artística — iniciada enquanto integrante da formação original dos Titãs.

Ele, porém, trouxe alguns Lado B, como Sou dela, interpretada na abertura; e Sutilmente. Mas o que se ouviu, predominantemente, foram canções consagradas pelo público, como Dois rios, composta em parceria com o mineiro Samuel Rosa (ex-Skank), Do seu lado e Por onde andei, gravadas também pelo Jota Quest e o Cidade Negra.

Não faltaram Segundo sol, Muito estranho (Dalto e Cláudio Rabelo), faixa do CD Bailão do Ruivão,de 2010; De tanto amor, (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), do álbum Não sou nenhum Roberto, Mas às vezes chego perto,de 2019; além, obviamente, de All Star azul e Relicário, que compôs para Cássia Eller.

Aliás, emocionado, se referiu à amiga, com saudade, ao lembrar do show em que a homenageou, no encerramento do projeto Vitrine MPB, promovido pelo shopping Pátio Brasil, em outubro de 2004 — seis meses depois de ela partir para outra dimensão. Nando fez questão de afirmar que foi uma das maiores emoções que vivenciou no palco. O artista manteve-se em Brasília para participar do megaevento comandado pelo DJ e produtor Alok, na Esplanada dos Ministérios, no sábado, em celebração aos 64 anos da capital federal.

Tenho acompanhado o trabalho de Nando Reis desde sempre. Assisti a todos os shows que apresentou aqui na cidade, inclusive quando ele integrava os Titãs. Lembro-me de que o primeiro foi na Associação dos Servidores da Caixa Econômica, ao lado do Minas Brasília Tênis Clube. Fiz várias entrevistas com ele. Recordo-me de que a primeira ocorreu em 1995, após uma manhã de autógrafos concedida por ele durante o lançamento do 12 de Janeiro, o primeiro CD solo — quando ainda fazia parte dos Titãs — na extinta Discoteca 2001, no Conjunto Nacional.

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Nascido em Barreiras (BA), brasiliense por afinidade, formado em jornalismo pela UnB, é repórter e colunista do Correio Braziliense há mais de 45 anos. Está à frente da coluna Sons da Noite e do blog Trilha Sonora.

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Artigo: Um pop star

15 40
23.04.2024

Nando Reis sabe, como poucos no cenário musical brasileiro, exercer a condição de pop star. Isso ele deixou claro na noite da última sexta-feira, no auditório master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Sozinho no palco, durante uma hora e meia, ele conseguiu magnetizar algo em torno de 2.500 espectadores, que foram ali para assisti-lo.

Mesmo não mostrando nada de impactante, o cantor, compositor e violonista exibiu a conhecida competência ao revisitar sua obra num show em que predominaram sucessos acumulados ao longo de quatro décadas de carreira artística — iniciada enquanto integrante da formação original dos Titãs.

Ele, porém, trouxe alguns Lado B, como Sou dela, interpretada na abertura; e Sutilmente. Mas o que se ouviu,........

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