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Revisão do Estatuto da Carreira Docente - ou, por outras palavras, professores à beira de um ataque de nervos

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16.12.2025

Mudanças precisam-se. Depois da justa mas tardia recuperação do tempo de serviço devido aos professores, em curso até julho de 2027, permitindo que cerca de 90% dos docentes portugueses possam vir a ser reposicionados em escalões mais elevados da carreira, continuam a ser necessárias e urgentes mudanças relativas às suas condições de trabalho. A mais importante, a nosso ver, será a reavaliação do tempo necessário para a obtenção da reforma.

Estamos envelhecidos. As nossas salas de professores estão repletas de professores ansiosos pela reforma. Uma situação triste, esta! Querermos que os anos passem por nós depressa para ficarmos mais velhos e nos aproximarmos da sonhada reforma. Passámos quase quarenta anos a trabalhar num ambiente de ruído permanente, a mudar de sala e de público de hora a hora, guiados por uma loucura criativa que nos tem mantido ligados à escola pública, resistindo a tudo e a todos. E agora? Pretenderá o Governo de Portugal apostar verdadeiramente na melhoria da Educação? Se sim, deverá ponderar seriamente a melhoria das condições de trabalho para quem entra agora na profissão e refletir sobre a qualidade do ensino prestado por quem continua nas escolas já desgastado por décadas de trabalho numa profissão de desafios e desgastes físicos e psicológicos permanentes.

Segundo dados de 2021 da Direcção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, mais de 85% dos professores tinham acima de quarenta anos, sendo metade deste número professores acima dos cinquenta. Já a percentagem de docentes com menos de trinta anos era de apenas 0,3........

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