O temporal que ocorreu na última sexta-feira em São Paulo deixou vários paulistas sem luz e com outros problemas por alguns dias. Embora eventos tão intensos como este não ocorram todo ano na cidade de São Paulo, choveram críticas de que a cidade não estaria preparada para eles. Já tempestades nos investimentos ocorrem com muito maior frequência, mas você está preparado para elas?

Hoje, recebi dois e-mails que me chamaram a atenção e lembrei da associação com a tempestade que ocorreu aqui em São Paulo.

Não vou citar os nomes, nem todo o conteúdo das mensagens para não os identificar. Vou chamar os dois leitores de AD e RS, respectivamente.

No primeiro, AD explica que investiu em produtos referenciados ao IPCA em agosto e setembro deste ano, mas com o resultado negativo nestes dois meses, ele saiu das aplicações no início de outubro. Depois de meu artigo de ontem, ele me questionou se estaria na hora de voltar para a mesma aplicação para recuperar a perda que teve.

Assim como o senhor AD, muitos investidores não estão preparados para suportar volatilidade nos investimentos. Mesmo em renda fixa, quando marcada a mercado, pode haver muita volatilidade.

Infelizmente, turbulências no mercado financeiro ocorrem com maior frequência e intensidade do que as tempestades de São Paulo e do que muitos imaginam.

Muitos querem saber a hora certa para entrar, de forma, que não haja o risco de se passar por estas turbulências. Ao contrário da razoável capacidade de previsão meteorológica, não é possível prever uma turbulência nos investimentos. Infelizmente, quem disser que é capaz de prever estas situações no mercado financeiro ou está mentindo ou está iludido.

Logo, não recomendo ao senhor AD voltar para a mesma aplicação, pois sempre existe o risco de ele passar pela mesma volatilidade e acabar resgatando com prejuízo ainda maior.

A sugestão que dou a AD e aos investidores que não possuem a habilidade de suportar volatilidade é:
Entenda melhor seu perfil de investidor e caso seja mais conservador, evite produtos marcados a mercado, mesmo os de renda fixa. Procure aplicações marcadas na curva de aquisição.

Por exemplo, AD pode aproveitar as taxas de juros reais mais elevadas investindo em títulos referenciados ao IPCA marcados na curva ou na taxa de aquisição. Por exemplo, os produtos emitidos por bancos, como os CDBs não são marcados a mercado. Assim, ele não vai sofrer com a volatilidade do mercado, vai se aproveitar dos ganhos nestas taxas de juros mais elevadas e vai se proteger da queda da taxa Selic.

Portanto, vai ter os mesmos benefícios do produto marcado a mercado que investiu, mas sem sofrer com as oscilações de mercado

Mas, e se você não sabe se tem habilidade de suportar a volatilidade de mercado, pois nunca passou por ela?

Esse é o caso do leitor RS e pode ser o seu.

RS tem um caso muito interessante, pois ele é aposentado, tem um elevado patrimônio e questiona qual seria a melhor forma de viver de renda. Dependendo da forma escolhida, ele terá que tomar decisões duras para se desfazer de parte do patrimônio.

Vou explicar a situação de RS e responder à pergunta dele no próximo artigo para não me estender muito agora. O caso dele merece mais atenção pelos detalhes. Fique atento ao próximo artigo (Parte II) para entender este caso e como ele pode ser aplicado a você.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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SP não está preparada para tempestades, mas você está para trovoadas nos investimentos?

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06.11.2023

O temporal que ocorreu na última sexta-feira em São Paulo deixou vários paulistas sem luz e com outros problemas por alguns dias. Embora eventos tão intensos como este não ocorram todo ano na cidade de São Paulo, choveram críticas de que a cidade não estaria preparada para eles. Já tempestades nos investimentos ocorrem com muito maior frequência, mas você está preparado para elas?

Hoje, recebi dois e-mails que me chamaram a atenção e lembrei da associação com a tempestade que ocorreu aqui em São Paulo.

Não vou citar os nomes, nem todo o conteúdo das mensagens para não os identificar. Vou chamar os dois leitores de AD e RS, respectivamente.

No primeiro, AD explica que investiu em produtos referenciados ao IPCA em agosto e setembro deste ano, mas com o resultado negativo nestes dois meses, ele saiu das aplicações no início de outubro. Depois de meu artigo de ontem, ele me questionou se estaria na hora de voltar para a mesma aplicação para recuperar a perda que teve.

Assim como o senhor AD, muitos investidores não estão preparados para suportar volatilidade nos investimentos. Mesmo em renda fixa, quando marcada a mercado, pode haver muita volatilidade.

Infelizmente, turbulências no mercado financeiro........

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