Tem início hoje, 8 de Novembro, os "dias de mercado africano" em Marraquexe, uma iniciativa do Banco Mundial, que junta cerca de mil e quinhentos investidores, chefes-de-estado, de governo, gente influente no mundo que criaram à sua volta, num ambiente de feira internacional, que decorre na Cidade Ocre de Marrocos, até à próxima sexta-feira 10.

O objectivo é angariar capital. O mercado é vasto. O mote é os projectos a financiar visarem o desenvolvimento da região onde se inserem. E África é uma "máquina do tempo", tem tudo, precisa de investimentos estratégicos em tudo. Manufacturas, industrialização, agro-negócio e tecnologia, são as grandes áreas "a licitação".

A constituição de zonas especiais de aliança no agro-negócio, estarão em discussão. Nos minerais, a importância do lítio e do cobalto, sobressaem enquanto "novo estratégico" e as ideias vão no sentido de a sua verdadeira valorização enquanto activo africano, em tudo depender da criação de uma rede de infraestruturas e acesso a "inovações locais" (em África "quem não tem cão caça com gato", ou então morre!) que também permitam boas práticas laborais, na preocupação de outros rótulos que se colaram a outros "estratégicos africanos", como os diamantes. A tecnologia chega em forma de telemóvel, em substituição do velho transístor que acompanhava cada bicicleta, cada africano. Uma cobertura crescente da rede internet em África, é chave para esbater diferenças entre "ambiente de negócios na Europa, muito melhor que em África". No fundo, a solução mais económica de todas, que o telemóvel "de prótese rapidamente passou a membro do corpo e do cérebro, mais importante e mais activo". Não é estranho pensarmos e ouvirmos, "se eu perco o telefone, tenho a minha vida toda lá dentro!" Na "África do transístor", o telemóvel representa uma "revolução coperniciana"!

O "Africa Investment Forum" também contempla o "Projecto Compacto Lusofonia", que considera um sucesso. Em 2017, de visita a Lisboa, o Presidente do Banco Africano para o Desenvolvimento, Akinwumi A. Adesina, abordou a ideia de Portugal contribuir para um modelo de investimento de maior proximidade com os PALOP, onde o investimento tivesse impacto directo e significativo nas comunidades mais próximas do investimento. Uma empresa de gás, em Moçambique, investe numa machamba de algodão, que por sua vez o canaliza directamente para uma linha industrial de teares, produz tecidos e coloca-os no mercado. Tudo investimento da empresa de gás. Chama-se "economia social". Ainda em Moçambique, o projecto de gasoduto

"Mozambique LNG Area 1", avaliado em 27 mil milhões de dólares, teve um contributo de 400 milhões de dólares do Banco Africano para o Desenvolvimento. Em Angola, um projecto de lacticínios, desde a criação das vacas ao leite e manteiga em pacote, de 50 milhões de dólares e que produzirá 45 milhões de litros de leite embalados, é também exemplo desta abordagem de investimento a partir da base. No acordo estabelecido com Portugal, ficámos enquanto fiadores de 400 milhões de euros em investimentos não soberanos a serem feitos nos PALOP.

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A TSF acompanha em Marraquexe estes "dias de mercado" do "African Investment Forum", evento sob o Alto Patrocínio de Sua Majestade o Rei Mohamed VI, que Deus o assista, conforme se diz em Marrocos!

- Todos os domingos, na Telefonia da Amadora, entre as 21h e as 22h, Programa "Um certo Oriente", apresentado pelo Arabista António José, um espaço onde se misturam ritmos, sons e palavras, através das suas mais variadas expressões, pelos roteiros do Médio Oriente e Ásia.

Raúl M. Braga Pires, Politólogo/Arabista, é autor do site www.maghreb-machrek.pt (em reparação) e escreve de acordo com a antiga ortografia.

QOSHE - "Africa Investment Forum Market Days" 2023 – Marraquexe - Raúl M. Braga Pires
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"Africa Investment Forum Market Days" 2023 – Marraquexe

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08.11.2023

Tem início hoje, 8 de Novembro, os "dias de mercado africano" em Marraquexe, uma iniciativa do Banco Mundial, que junta cerca de mil e quinhentos investidores, chefes-de-estado, de governo, gente influente no mundo que criaram à sua volta, num ambiente de feira internacional, que decorre na Cidade Ocre de Marrocos, até à próxima sexta-feira 10.

O objectivo é angariar capital. O mercado é vasto. O mote é os projectos a financiar visarem o desenvolvimento da região onde se inserem. E África é uma "máquina do tempo", tem tudo, precisa de investimentos estratégicos em tudo. Manufacturas, industrialização, agro-negócio e tecnologia, são as grandes áreas "a licitação".

A constituição de zonas especiais de aliança no agro-negócio, estarão em discussão. Nos minerais, a importância do lítio e do cobalto, sobressaem enquanto "novo estratégico" e as ideias vão no sentido de a sua verdadeira valorização enquanto activo africano, em tudo........

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