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Droga, loucura, morte

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20.12.2025

A “guerra contra as drogas” levada a cabo por todas as autoridades, terminou com uma derrota internacional. Porquê insistir?

Foi em 1972, nos anos finais da ditadura, que Salazar mandou fazer milhares de cartazes pendurados nos postes (ainda não havia mupis digitais) com uma caveira e o slogan “Droga, Loucura, Morte”. Depois da Revolução de 1974 desapareceram, pela simples razão de que não assustavam ninguém. É interessante que nessa época praticamente só circulavam duas drogas, o haxixe e o LSD, com uma circulação muito limitada. A quase totalidade da população já teria ouvido falar da cocaína e heroína, mas só raramente e em círculos muito fechados. Depois apareceram outras, aproveitando a retração das polícias, até se chegar a uma fase no final do século, em que o consumo era público – quer dizer, viam-se drogaditos a “viajar” na rua, em plena luz do dia.

Finalmente, a "lei da descriminalização das drogas" em 2001, retirou o uso e posse de drogas para consumo pessoal da esfera criminal, transformando-os em infrações administrativas, com foco no tratamento e reabilitação (Comissões de Dissuasão). As drogas continuam ilegais e os traficantes são punidos, mas a legislação levou a melhorias significativas na redução de condenações e prisões relacionadas ao tráfico. Já não se vê o triste espectáculo na via pública (excepto em certos bairros das periferias), mas as drogas tornaram-se crónicas e, de certa maneira, toleradas por toda a gente.

A nossa percursora  lei de discriminização, é apontada em todo o mundo como um exemplo, (ainda no ano passado li........

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