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Portugal era, até à semana passada, um dos países da Europa com menos dias de greve por ano. Os últimos dados do European Trade Union Institute indicavam um valor à volta de dez dias de trabalho perdidos por cada 1000 trabalhadores por ano, oito vezes menos do que em França. Desconheço a fiabilidade destes números (parecem-me baixos tanto num caso como noutro), mas os 3 milhões de grevistas que a CGTP anunciou na semana passada colocariam Portugal no topo desta lista bem destacado. No dia em que Portugal tenha uma greve geral verdadeiramente abrangente, esperemos que a CGTP mude a fórmula de cálculo, ou ainda descobriremos que afinal há 80 milhões de trabalhadores em Portugal.

Quem parece ter acreditado nos números foi o líder do maior partido da oposição. Dividido até ao último minuto entre atacar a esquerda que não gosta de trabalhar ou o grande capital explorador, deixou que fosse a Aximage a desempatar. Vai negociar e já ameaça fazer cair o pacote. Com a esquerda a colocar-se de fora da negociação, ele volta ao centro do debate. Por sorte ou engenho, acabou de se colocar como pivô de um debate que o poderia ter deixado distante do centro........

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