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A triagem ética que o Natal nos impõe

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Neste Natal, recuso a estética da bondade industrializada, onde sentimentos vêm embalados, prontos para consumo rápido e descarte imediato. Há algo de inquietante nessa conversão dos melhores impulsos humanos em mercadoria: a empatia transformada em slogan, a solidariedade reduzida a gesto performático, a dignidade humana tratada como item sazonal. Prefiro um Natal menos ruidoso e mais honesto, onde valores não precisem de embalagem para existir.

Há afetos que se desfazem quando a consciência desperta, e isso não é perda; é reconhecimento. Não caminho ao lado de quem relativiza o racismo, normaliza a homofobia ou transforma torturadores em heróis públicos. Não é só indiferença: é preservação da minha saúde mental. Limite é uma forma adulta de amor à vida comum. Em tempos de brutalidade normalizada, cuidar da própria integridade ética também é um........

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