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A manipulação ideológica (e mentirosa) do "déficit das estatais"

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01.12.2025

“Não há nenhuma razão de natureza política, estratégica, econômica que justifique a presença de empresas estatais no Brasil”, disse Maílson Nóbrega, ex-ministro da Fazenda, em entrevista à Globonews. Para ele, até a Petrobras poderia ser entregue ao setor privado, porque o país “já não precisa mais de estatais”. É a expressão mais cristalina da visão neoliberal que domina parte da elite econômica e que pauta boa parte da cobertura jornalística sobre o tema.

Essa declaração não aparece isolada. Ela ajuda a compor o clima político e ideológico que molda a forma como a imprensa interpreta — e distorce — os dados fiscais. E prepara o terreno para transformar qualquer dado parcial em narrativa alarmista contra as empresas públicas.

E há outro detalhe que a imprensa neoliberal jamais menciona: o exemplo da China. Lá, as empresas estatais formam a espinha dorsal da economia, representam parcela significativa do PIB, sustentam investimentos em infraestrutura, mantêm o desemprego baixo e permitem que a carga tributária sobre empresas e cidadãos seja muito menor que a brasileira. As estatais chinesas não são tratadas como problema; são tratadas como instrumentos de desenvolvimento. São lucrativas, financiadoras do crescimento e fundamentais para amortecer crises. É a antítese completa da narrativa vendida aqui.

É nesse ambiente que a imprensa neoliberal se finge de sonsa.

Ela usa um dado do Banco Central que fala em “estatais federais”, mas exclui Petrobras, Banco do........

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