A manipulação ideológica (e mentirosa) do "déficit das estatais"
“Não há nenhuma razão de natureza política, estratégica, econômica que justifique a presença de empresas estatais no Brasil”, disse Maílson Nóbrega, ex-ministro da Fazenda, em entrevista à Globonews. Para ele, até a Petrobras poderia ser entregue ao setor privado, porque o país “já não precisa mais de estatais”. É a expressão mais cristalina da visão neoliberal que domina parte da elite econômica e que pauta boa parte da cobertura jornalística sobre o tema.
Essa declaração não aparece isolada. Ela ajuda a compor o clima político e ideológico que molda a forma como a imprensa interpreta — e distorce — os dados fiscais. E prepara o terreno para transformar qualquer dado parcial em narrativa alarmista contra as empresas públicas.
E há outro detalhe que a imprensa neoliberal jamais menciona: o exemplo da China. Lá, as empresas estatais formam a espinha dorsal da economia, representam parcela significativa do PIB, sustentam investimentos em infraestrutura, mantêm o desemprego baixo e permitem que a carga tributária sobre empresas e cidadãos seja muito menor que a brasileira. As estatais chinesas não são tratadas como problema; são tratadas como instrumentos de desenvolvimento. São lucrativas, financiadoras do crescimento e fundamentais para amortecer crises. É a antítese completa da narrativa vendida aqui.
É nesse ambiente que a imprensa neoliberal se finge de sonsa.
Ela usa um dado do Banco Central que fala em “estatais federais”, mas exclui Petrobras, Banco do........





















Toi Staff
Penny S. Tee
Sabine Sterk
Gideon Levy
John Nosta
Mark Travers Ph.d
Gilles Touboul
Daniel Orenstein