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O Olhar Algorítmico: o que vemos, o que perdemos 

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Abrimos o telemóvel e o conteúdo já está lá. Um vídeo puxa o outro, uma música leva à seguinte, uma imagem substitui rapidamente a anterior. Pouco do que vemos é fruto de escolha consciente. A maior parte do que consumimos culturalmente e artisticamente – músicas, filmes, imagens, textos – é decidido por sistemas de recomendação algorítmica.

Vivemos num mundo curado pela tecnologia. Algoritmos invisíveis ditam o que aparece nos ecrãs, o que se torna viral ou permanece por ver. Pese embora a adaptação destes sistemas opacos a cada utilizador, os mecanismos de recomendação que escolhem o conteúdo a que somos expostos privilegiam estéticas familiares e formatos reconhecidos. Por exemplo, poderei ver um post de cinema pois é calculada a alta probabilidade de interagir; porém, a todos os utilizadores com um perfil semelhante ao mesmo será mostrado o mesmo conteúdo – a mesma ideia, a mesma estética, a mesma narrativa. É assim que playlists musicais convergem para os mesmos sons, que séries e filmes são promovidos segundo padrões de consumo........

© Observador