Sá Carneiro: e já passaram 45 anos...
Foi com um misto de surpresa e enorme gosto que recebi o convite do editor da D. Quixote, Duarte Bárbara, para reeditar o livro que há décadas fiz com Francisco Sá Carneiro. Aqui fica as breves palavras que escrevi para uma nota prévia da presente edição.
1 Sá Carneiro… hoje? A dúvida estimulou-me: porque não? É sempre tempo para alguém que apesar de uma vida breve e um percurso interrompido, tem um lugar cativo na memória de milhares de portugueses e, sem sombra de duvida, o seu nome já inscrito na história recente do país.
Conheci-o bem. O que começou por uma relação meramente profissional foi andando até um porto feito de um entendimento mútuo: tínhamos ambos a mesmíssima vontade de que as coisas (lhe) saíssem bem. Ele porque trazia consigo o futuro com que sonhava para a sua pátria; eu porque queria que fosse ele a tomar conta dela.
Foto Inacio Ludgero
[Esta foto foi tirada no Palácio Dom Manuel em Évora, no dia 1 de Dezembro de 1980. O semblante fechado de Francisco Sá Carneiro revelava já – ou assim me pareceu nessa mesma tarde — uma imensa amargura. Silencioso, tenso, o olhar no longe dali, percebi que tudo nele antecipava que iria ocorrer o que ele sempre recusara que pudesse ocorrer: a derrota do seu candidato presidencial, General Soares Carneiro, nas eleições presidenciais de 7 de Dezembro desse mesmo ano. E de repente de novo o ‘refrão’que lhe costumava ouvir: “Você tem escrito muito mais sobre mim do que sobre o Soares Carneiro, tem que falar mais dele e menos de mim, não interessa nada… O que interessa é ele.” Repeti que ao fim de dias e dias naquela campanha, só havia uma pessoa que contava: ele próprio. Era por ele que as pessoas acorriam, era ele que elas queriam. O resto…? Não havia resto. E naquela tarde, naquele lugar, também não havia nada a reter........© Observador





















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