Trump e os elfos
É muito cáustico em relação à Europa o recém publicado documento (dezembro de 2025) da administração Trump que define a estratégia de segurança nacional para os próximos anos – o National Security Strategy (NSS).
São apenas 33 páginas mas onde há muito espaço para declarar de forma peremptória que a Europa está moribunda e que o atestado de óbito está iminente: “se as tendências actuais continuarem, a Europa pode tornar-se irreconhecível”.
Decreta-se a Europa um continente em declínio, “culturalmente enfraquecido”, “estrategicamente dependente” e “em apagamento civilizacional”(civilizational erasure).
As causas são, segundo a administração norte americana, as políticas migratórias, a queda da natalidade, a perda de identidade nacional e da autoconfiança civilizacional.
Quando aqui cheguei, na leitura, vieram-me à cabeça flashes de imagens do halloween – abóboras desdentadas e esqueletos andantes – e dos elfos natalícios que me cercam e sufocam. Os elfos este ano estão disseminados por todo o comércio, após uma campanha concertada no cinema, na literatura, nas redes sociais. A imagem destes seres pequenos de barrete verde- simpáticos, sim, mas completamente deslocados – está a apagar, pela centralidade que ocupa os símbolos que são as raízes culturais do natal europeu. Não. Não são os migrantes que destroem as identidades nacionais, como diz o já disco rígido do senhor Trump, repetido neste documento. É possível, saudável e até enriquecedor a coexistência pacífica de culturas diferentes. Pode ser tão bonita uma irmandade na diferença! Basta que essa diversidade não atropele valores humanos universais, não se imponha e seja respeitadora. A culpa da perda de identidade cultural começa com o fenómeno da má........





















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