Sindicatos nórdicos num país de baixa confiança
No dia 11 de dezembro, uma greve geral paralisou parte significativa do país e deixou o Governo visivelmente perplexo. A reação oficial foi rápida e previsível: tratou-se de um ataque político ideológico, uma ofensiva concertada contra a legitimidade do Executivo. A leitura não é inédita e, em certo sentido, não é sequer falsa. Mas é profundamente insuficiente. Reduzir uma greve geral a um braço-de-ferro partidário é uma forma cómoda de evitar uma discussão mais incómoda e necessária: qual é, afinal, o papel dos sindicatos numa democracia madura e que tipo de sociedade estamos a tentar construir.
É inegável que, historicamente, a CGTP e a UGT funcionaram como extensões orgânicas de partidos como o PCP e o Bloco de Esquerda. Essa proximidade ideológica moldou discursos, estratégias e prioridades. No entanto, insistir numa guerra de rótulos serve pouco o interesse público. O debate relevante não é se os sindicatos são “de esquerda” ou “instrumentalizados”, mas se cumprem eficazmente a função que lhes é atribuída numa economia moderna. Nos últimos dias, circularam nas redes sociais gráficos que mostram uma queda acentuada da taxa de sindicalização em Portugal ao longo das últimas décadas. Em contraste, os países nórdicos exibem níveis elevados e estáveis de sindicalização, coexistindo com economias dinâmicas, salários altos e baixa desigualdade.
A conclusão apressada parece óbvia: se lá funciona, então devemos aumentar a sindicalização........





















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