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UNRWA: entre a virtude fingida e a fábrica de ódio

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13.11.2025

Teoricamente, a UNRWA, uma agência da ONU criada para aliviar o sofrimento dos refugiados árabes da Palestina, é uma sublime criação do espírito humanitário moderno. Nos comunicados de imprensa, nas televisões e nas conferências internacionais, surge como a encarnação da bondade, um braço estendido da humanidade, a distribuir saúde, alimentação, educação e esperança aos deserdados da História. Na prática é um tentáculo maquiavélico do jihadismo antissemita, um departamento da vitimização profissional e uma eficiente máquina de perpetuar o ódio. Fala de paz enquanto colabora com quem faz a guerra; prega a fraternidade aos ouvidos dos dadores ocidentais, enquanto difunde o manual do martírio religioso nas escolas que gere.

Criada para assistir 700 mil pessoas em fuga após a invasão de Israel pelos países árabes vizinhos, sustenta hoje mais de cinco milhões dos seus descendentes. Um absurdo só possível graças à elasticidade da definição de “refugiado”, que a ONU transformou num património hereditário. É aliás o único caso do mundo em que o estatuto de refugiado se transmite por via genética e merece um organismo à parte. Todos os outros milhões e milhões de refugiados do planeta, vão parar à vala comum da UNHCR (Agência das Nações Unidas para os Refugiados), que opera em quase 140 países e territórios e tem menos de 20 000 funcionários. A UNRWA tem 30 000.

O resultado de tão desvelados cuidados é uma população eternamente infantilizada, que não precisa de trabalhar, para quem a ONU substitui a mãe e o Hamas substitui o pai. As crianças aprendem neste colo pródigo que a vitimização é uma identidade e a violência, uma virtude.

Os factos são incontornáveis: cerca de dois terços dos fundos que fluem para Gaza através da UNRWA........

© Observador