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Quanto tempo é necessário para subverter as instituições?

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24.11.2025

21 de Novembro, de 1975. Lisboa, quartel do Regimento de Artilharia Ligeira de Lisboa, RALIS, ou, como fazia questão de ser identificado, o Regimento do Povo.

Na manhã desse dia, 21 de Novembro, 170 recrutas perfilados na parada, de punho fechado erguido, proferem sincopadamente: “Nós, soldados, juramos ser fiéis à pátria e lutar pela sua liberdade e independência. Juramos estar sempre, sempre ao lado do povo, ao serviço da classe operária, dos camponeses e do povo trabalhador. Juramos lutar com todas as nossas capacidades com voluntária aceitação da disciplina revolucionária contra o fascismo, contra o imperialismo, pela democracia e poder para o povo. Pela vitória da revolução socialista.

Este é o momento que ficou para a História daquele que é conhecido como juramento revolucionário de bandeira e que acabou reduzido a mais um episódio pitoresco daquilo a que se convencionou chamar o folclore do PREC.

Mas nem o PREC foi um acontecimento folclórico nem o que aconteceu no RALIS há 50 anos foi uma questão de pitoresco. Sim, podem levar a concluir isso os recrutas barbudos e com cabeleiras a pedir pente, já que a tesoura fora banida, ou o atrapalhado discurso feito nesta cerimónia por uma jovem apresentada como “operária da Comissão Coordenadora das........

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