Portugal e a Mobilidade Militar Europeia
Num momento em que a segurança europeia continua a ser testada pelos ventos da guerra, Portugal encontra-se perante uma escolha silenciosa, mas decisiva: ou optamos por continuar a ser uma periferia geográfica, como tem sido norma, ou damos um passo em frente para nos afirmarmos como plataforma estratégica da Mobilidade Militar Europeia (MME). A geografia não mudou, o que pode mudar é a forma como Portugal e o seu governo a entende e utiliza.
A discussão já acontece no seio da NATO e da EU e resulta da factualidade e fragilidade observada de que os aliados NATO demorariam várias semanas a deslocar forças para a Ucrânia, em caso de escalada do conflito com a Rússia, devido a obstáculos administrativos e logísticos. O Exército Português tem essa experiência verificada sempre que tem que deslocar meios pesados como carros de combate (CC´s) ou viaturas blindadas para as suas Forças Nacionais Destacadas na Roménia, por exemplo. Movimentar esses meios através da Europa exige autorizações diplomáticas de todos os países atravessados, sendo uma operação “altamente complexa”, que envolve transporte por via marítima e terrestre, em plataformas e camiões pesados.
Os movimentos de tropas dependem das relações bilaterais entre forças armadas e da rapidez de emissão dos licenciamentos, frequentemente morosos e além disso, verificam-se atrasos adicionais por verificações de segurança obrigatórias. Apesar de existir uma declaração aduaneira especial para transporte militar dentro da UE, a sua aplicação depende da vontade e da agilidade das autoridades nacionais. Isto demonstra que, apesar do discurso político sobre “unidade e prontidão”, a Europa continuará dependente dos EUA e sem uma rede logística integrada que garanta a agilidade estratégica da NATO, o cenário ainda é pior.
A isto soma-se o estado geral da ferrovia europeia e o facto a guerra na Ucrânia ter demonstrado que os caminhos de ferro são o “segundo exército”, a sua espinha dorsal, sem caminhos de ferro, nada se move na Ucrânia. Ora, actualmente, temos na Europa menos infraestruturas ferroviárias do que após a II Guerra Mundial. Em média, cerca de 15-20% menos em cada país, no total temos 200.000 km de caminhos de ferro na Europa onde cerca de 5 a 10% estão saturados, ou seja, para........





















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