A Defesa Nacional no OE 2026: um passo decisivo ou ilusório?
O Orçamento do Estado (OE) para 2026 apresenta-se, para um leigo em economia, como um exercício de prudência financeira e de continuidade política. Num cenário de crescimento económico moderado (2,3%) e dívida pública a descer para 87,8% do PIB, o Governo opta por manter a disciplina orçamental como linha mestra, mesmo quando o mundo à volta se torna mais incerto, da guerra que persiste na Ucrânia às tensões crescentes no Indo-Pacífico e ao mais recente teste constante que Moscovo tem colocado aos Países Bálticos.
No meio deste enquadramento, o setor da Defesa Nacional mantém-se num lugar discreto, mas crucial. O discurso orçamental reconhece a necessidade de modernizar as Forças Armadas, reforçando capacidades navais, aéreas e cibernéticas, mas a estratégia financeira continua a privilegiar a contenção. O investimento público global, segundo o OE, acelera de 3,6% em 2025 para 5,5% em 2026, mas a Defesa não surge entre as áreas prioritárias explícitas. Sob o manto da eficiência e da “spending review”, o orçamento introduz uma lógica de orçamentação por programas, centrada em resultados. Em teoria, tal pode permitir uma melhor afetação dos recursos; na prática, há o risco de reduzir a Defesa a indicadores de gestão, esquecendo o seu valor estratégico e dissuasor.
A suborçamentação crónica ao longo de oito anos de governação socialista traduziu-se em carreiras militares desmotivadas, infraestruturas degradadas e uma crescente dificuldade em recrutar e reter jovens qualificados. Os salários continuam desajustados face à responsabilidade e às condições de exigência da profissão militar, as carreiras carecem de revisão estatutária séria e muitos militares sentem que servem um Estado que não os serve de........





















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