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Saúde mental universitária, para além dos sintomas

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05.10.2025

O recente estudo sobre a saúde mental dos jovens universitários em Portugal é alarmante. Conclui que 40% dos estudantes universitários tomam psicofármacos semanalmente. Além disso, um em cada 10 toma anfetaminas ou estimulantes e mostra elevados níveis de ‘burnout’ e falta de apoio psicológico. Além disso, dos 2339 estudantes inquiridos, 60% deles confessaram que se sentiram fisicamente exaustos no último mês e outros indicadores como tristeza, incapacidade de controle e frustração. O estudo conclui que o cuidado com o bem-estar psicológico é essencial no ensino superior, além de outras recomendações úteis, mas questiono se o problema está diagnosticado na totalidade.

Para além de recomendar que se fomentem ações de prevenção e cuidado com a saúde mental no ensino superior, o estudo aponta que os alunos veem os professores a usar métodos de ensino “monótonos” e que existe uma relação ainda “vertical” com os alunos. Segundo este estudo, os docentes não têm em conta os novos tempos, em que as relações são mais “horizontais”. “Alguns professores ainda não ultrapassaram aquela questão das aulas teóricas doutorais e, portanto, há aqui uma grande distância para os alunos”; “as relações na sociedade estão muito mais horizontais”; e “os professores têm de saber como lidar com esta situação”, conclui o estudo.

Algumas das recomendações do estudo fazem completo sentido, como, por exemplo, lidar com a questão dos fármacos de uma forma mais responsável. Muitas vezes, os miúdos estão apenas um pouco ansiosos perante exames e são-lhes logo impingidos medicamentos, e esta sobremedicação não é de todo promotora da saúde mental, sequer física, e indutora do seu crescimento. Este é, desde logo, um problema grave na nossa sociedade. Quando apenas tratamos problemas com medicamentos, estamos a drogar as pessoas e não a permitir que se conheçam, cresçam e verdadeiramente lidem com os seus problemas. Sei que há situações mesmo necessárias de medicação, mas não falo nesses casos.

Que os jovens estão cada vez mais deprimidos e exaustos, é também um facto. Vejo isso na minha prática como professor, mas não sei se as razões para tal se prendem totalmente às conclusões deste estudo. Há professores excessivamente........

© Observador