Faltam aproximadamente cinco meses e meio para as eleições municipais de 2024, quando os eleitores voltarão às urnas para escolher prefeitos e vereadores nos 853 municípios mineiros, bem como será nos 5.568 municípios brasileiros.

Embora a politicagem rasteira corra solta no Brasil, a via eleitoral ainda é a melhor saída para os problemas do país. No entanto, essa via democrática requer amadurecimento do eleitor, de forma que ele pense muito antes de votar. Ora, o escolhido para representar o povo necessita, no mínimo, ter ficha limpa, ser idôneo, inspirar confiança e honrar o voto recebido.
Mas muito cuidado com o político bissexto, que só aparece de quatro em quatro anos, apesar de todas as mazelas sociais e dos pedidos de socorro dos cidadãos.

Cuidado, porque nem mesmo os atos de desumanidade e a negligência do poder público constrangem essa pessoa, que na maior cara de pau ressurge das cinzas e, com sorriso largo, carrega criança no colo e dá tapinhas nas costas dos eleitores. Claro, estou falando do político bissexto, que some e reaparece depois de quatro anos.

Pobre do município cujas políticas públicas dependam desse tipo de político. Pobre do brasileiro que é enganado por esses garimpeiros de votos. Pobre do contribuinte, pagador de pesados impostos, que não tem a contrapartida da prestação de um serviço público adequado. Pobres de nós, que temos de suportar políticos bissextos, que só aparecem de quatro em quatro anos.

Quem dera o eleitor tivesse a garantia de eleger alguém que se jogasse de corpo e alma no combate à corrupção. Quem dera a sociedade fosse representada por quem atuasse na defesa intransigente da legalidade, da moralidade e da eficiência. Quem dera os eleitos enfrentassem sem medo e sem covardia aqueles que censuram e retiram a fórceps o direito à livre opinião e manifestação. Quem dera!

As próximas eleições hão de ser o prenúncio de eleições majoritárias justas e transparentes, que premiem somente aqueles que respeitem a cidadania e a soberania popular. Os eleitos hão de lutar pela inviolabilidade do direito à liberdade e à propriedade.

Os eleitores, por sua vez, hão de defenestrar os fanfarrões de discursos vazios e desarrazoados, ventríloquos de expressões amorfas que só repercutem ódio, vingança e perseguição.

Ao que parece, os tempos estão mudando. O povo está de olhos e ouvidos mais atentos, suficientemente para perceber a falsa atitude de políticos bissextos. Ademais, o eleitor não aceita mais caminhar de cabeça baixa e não mais vive na antessala da desinformação.

A internet, as redes sociais e a velocidade da comunicação abriram caminhos para o conhecimento, para o novo, para o que possa representar, de fato, os interesses do cidadão de bem.

E ainda que o Brasil tenha uma pálida democracia, consolidando aos poucos um referencial político, isso não quer dizer que serão aceitos políticos bissextos, que somente aparecem de quatro em quatro anos.

Wilson Campos
Advogado, especialista com atuação nas áreas
de direito tributário, trabalhista, cível e ambiental

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Político bissexto: só aparece de quatro em quatro anos

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25.04.2024

Faltam aproximadamente cinco meses e meio para as eleições municipais de 2024, quando os eleitores voltarão às urnas para escolher prefeitos e vereadores nos 853 municípios mineiros, bem como será nos 5.568 municípios brasileiros.

Embora a politicagem rasteira corra solta no Brasil, a via eleitoral ainda é a melhor saída para os problemas do país. No entanto, essa via democrática requer amadurecimento do eleitor, de forma que ele pense muito antes de votar. Ora, o escolhido para representar o povo necessita, no mínimo, ter ficha limpa, ser idôneo, inspirar confiança e honrar o voto recebido.
Mas muito cuidado com o político bissexto, que só aparece de quatro em quatro anos, apesar de todas as mazelas sociais e dos pedidos de socorro dos cidadãos.

Cuidado,........

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