Dizem que errar é humano, mas dizem também que permanecer no erro é burrice. Se proativa ou não, a frase é uma sábia advertência para aqueles que se acomodam e desprezam a lição diária de vida ou simplesmente deixam de aprender e crescer com seus atos e com os atos das pessoas ao seu redor.

O ano de 2023 foi de aprendizado de como não votar em pessoas erradas. A propalada histeria de “o amor venceu” não passou de reiterados gestos de ódio, vingança e perseguição. Os contrários sentiram na pele a irreverência dos declarados ganhadores e pagaram caro, ao longo do ano, por equívocos que não cometeram. Os justos pagando pelos erros dos pecadores.

As duras lições de 2023 hão de servir de aprendizado. Os maus momentos não podem se repetir. O sofrimento coletivo de uma maioria consciente e produtiva não se admite de novo na pauta de 2024. A experiência amarga de ver crimes impunes cometidos contra pessoas e instituições não deve mais lobrigar vultos, mas identificar culpados.

Os gritos de protestos da cidadania não podem ser silenciados por censura desta ou daquela autoridade. A liberdade do homem está acima da vontade personalíssima de um terceiro, porquanto está assegurada no artigo 5º da Constituição. E restabeleçam-se a liberdade, a igualdade, a segurança e o direito à vida com dignidade.

Utilize-se das duras lições de 2023, não persevere no erro, corrija o rumo, faça melhor e com qualidade o trabalho de viver em sociedade.

Caminhe em linha reta, ou faça curvas, mas procure ser justo e solidário com aqueles que encontrar pelo caminho. Não retire o direito de quem o possui e não entregue o direito a quem não o mereça. E não seja a palmatória do mundo, posto que em algum momento você terá de enfrentar o espelho.

Em 2024, mire-se no exemplo dos bons. Não fuja dos problemas e muito menos das responsabilidades. Valorize e reconheça o esforço das pessoas. Não se ache o santo ou o predestinado. Aja com justiça e faça do seu equilíbrio uma arma para combater a insensatez, a irreflexão, a irresponsabilidade, o desvario e a incúria. Coloque-se entre os que souberam retomar os valores morais.

No Brasil, faltam soluções urgentíssimas para a pobreza crônica de uma população cada vez mais carente. Falta crescimento real da economia. Falta ensino público de qualidade. Faltam políticas públicas eficazes e entrega de serviços essenciais. Faltam humanidade, honestidade e hombridade na política. Faltam líderes exemplares ou que sejam dignos de menção.

Serão mais 12 meses até voltarmos ao assunto de mais um fim de ano. Daí não ser minimamente conveniente à omissão e à covardia na defesa dos direitos e das garantias fundamentais. Diga não à censura, ao cabresto e à opressão. Enfrente de cabeça erguida os maus, os levianos, os ímprobos e os ditadores. Não fuja do bom combate e não fique de cócoras com o queixo nos joelhos.

Se há algo que não pode lhe faltar, é coragem.

Wilson Campos
Advogado, especialista com atuação nas áreas
de direito tributário, trabalhista, cível e ambiental

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Em 2024, utilize-se das duras lições de 2023

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04.01.2024

Dizem que errar é humano, mas dizem também que permanecer no erro é burrice. Se proativa ou não, a frase é uma sábia advertência para aqueles que se acomodam e desprezam a lição diária de vida ou simplesmente deixam de aprender e crescer com seus atos e com os atos das pessoas ao seu redor.

O ano de 2023 foi de aprendizado de como não votar em pessoas erradas. A propalada histeria de “o amor venceu” não passou de reiterados gestos de ódio, vingança e perseguição. Os contrários sentiram na pele a irreverência dos declarados ganhadores e pagaram caro, ao longo do ano, por equívocos que não cometeram. Os justos pagando pelos erros dos pecadores.

As duras lições de 2023 hão de servir de aprendizado. Os maus momentos não podem se repetir. O sofrimento........

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