Durante muito tempo, o luto não era só um sentimento, era um código. Especialmente para as mulheres. A viúva se vestia de preto, cumpria um tempo “correto” de tristeza, sustentava uma postura pública. E se a vida ousasse pulsar de novo, um riso, um interesse, um desejo, isso precisava ser escondido. Como se seguir viva fosse falta de respeito.

Talvez por isso, até hoje, tanta gente sinta vergonha quando a vida começa a chamar de novo. Vergonha de ser vista sorrindo, vergonha de admitir que o corpo ainda pede, vergonha de sentir algo que não combine com a ausência. Porque o luto não é só saudade, ele também é lealdade.

E existe um momento do luto que quase ninguém descreve com honestidade: quando, no meio da dor, alguma coisa em nós se........

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