Portugal, um país de velhos

Se espreitarmos a lista dos países do mundo com a população mais envelhecida, veremos que é liderada pelo Japão, seguindo-se a Itália e a Finlândia. Portugal ocupa o quarto lugar.

Talvez seja um sinal dos tempos e, quem sabe, até um indicador de desenvolvimento e riqueza.

Se espreitarmos a lista dos países do mundo com a população mais envelhecida, veremos que é liderada pelo Japão, seguindo-se a Itália e a Finlândia. Portugal ocupa o quarto lugar.

Só que não temos a tecnologia do Japão, nem a indústria de Itália, nem a prosperidade da Finlândia. Resumindo a coisa de uma forma crua: no nosso caso, sermos um país de velhos não é um sinal de desenvolvimento, mas de declínio.

Os demógrafos costumam falar na questão dos cuidados de saúde e da sustentabilidade da Segurança Social. Quanto mais envelhecida a população, mais problemas de saúde terá, pelo que vai ser preciso aumentar a capacidade de hospitais, lares, etc. Quanto às reformas, elas ainda não caem do céu, têm de ser pagas pela população ativa. Pelo que, se houver menos pessoas a produzir e mais pensionistas, das três uma: ou as pensões diminuem; ou os salários descontam mais para as pensões e perdem competitividade; ou a idade da reforma aumenta.

Talvez seja inevitável que nas próximas décadas os cuidados de saúde piorem e as pensões também.

Mas mais triste e preocupante do que isso é ver Portugal a definhar. Se a maior riqueza de um país são as suas gentes, o que concluir de um país que perde a sua população e vê o seu futuro, para não dizer o seu presente, comprometido a este ponto?

E aqui não se percebe a inércia de sucessivos governos. António Costa deu um sinal importante com a medida das creches gratuitas (apesar de alguns truques pelo meio). Num país onde entrar na creche pode ser mais difícil do que entrar numa boa universidade, como é que ninguém se lembrou disso antes?

Por este caminho, Portugal, como o conhecemos, arrisca-se a entrar em vias de extinção. Há quem defenda que a solução pode vir dos imigrantes. E, de facto, entre os 1400 milhões de chineses e 1400 milhões de indianos deve haver uns poucos milhões dispostos a vir para cá. Mas será que é isso que queremos - desistir, baixar os braços e ficar sentados à espera que outros nos venham resolver o problema?

Talvez seja um sinal dos tempos e, quem sabe, até um indicador de desenvolvimento e riqueza.

Se espreitarmos a lista dos países do mundo com a população mais envelhecida, veremos que é liderada pelo Japão, seguindo-se a Itália e a Finlândia. Portugal ocupa o quarto lugar.

Só que não temos a tecnologia do Japão, nem a indústria de Itália, nem a prosperidade da Finlândia. Resumindo a coisa de uma forma crua: no nosso caso, sermos um país de velhos não é um sinal de desenvolvimento, mas de declínio.

Os demógrafos costumam falar na questão dos cuidados de saúde e da sustentabilidade da Segurança Social. Quanto mais envelhecida a população, mais problemas de saúde terá, pelo que vai ser preciso aumentar a capacidade de hospitais, lares, etc. Quanto às reformas, elas ainda não caem do céu, têm de ser pagas pela população ativa. Pelo que, se houver menos pessoas a produzir e mais pensionistas, das três uma: ou as pensões diminuem; ou os salários descontam mais para as pensões e perdem competitividade; ou a idade da reforma aumenta.

Talvez seja inevitável que nas próximas décadas os cuidados de saúde piorem e as pensões também.

Mas mais triste e preocupante do que isso é ver Portugal a definhar. Se a maior riqueza de um país são as suas gentes, o que concluir de um país que perde a sua população e vê o seu futuro, para não dizer o seu presente, comprometido a este ponto?

E aqui não se percebe a inércia de sucessivos governos. António Costa deu um sinal importante com a medida das creches gratuitas (apesar de alguns truques pelo meio). Num país onde entrar na creche pode ser mais difícil do que entrar numa boa universidade, como é que ninguém se lembrou disso antes?

Por este caminho, Portugal, como o conhecemos, arrisca-se a entrar em vias de extinção. Há quem defenda que a solução pode vir dos imigrantes. E, de facto, entre os 1400 milhões de chineses e 1400 milhões de indianos deve haver uns poucos milhões dispostos a vir para cá. Mas será que é isso que queremos - desistir, baixar os braços e ficar sentados à espera que outros nos venham resolver o problema?

Editorial

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Portugal, um país de velhos

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05.12.2023

Portugal, um país de velhos

Se espreitarmos a lista dos países do mundo com a população mais envelhecida, veremos que é liderada pelo Japão, seguindo-se a Itália e a Finlândia. Portugal ocupa o quarto lugar.

Talvez seja um sinal dos tempos e, quem sabe, até um indicador de desenvolvimento e riqueza.

Se espreitarmos a lista dos países do mundo com a população mais envelhecida, veremos que é liderada pelo Japão, seguindo-se a Itália e a Finlândia. Portugal ocupa o quarto lugar.

Só que não temos a tecnologia do Japão, nem a indústria de Itália, nem a prosperidade da Finlândia. Resumindo a coisa de uma forma crua: no nosso caso, sermos um país de velhos não é um sinal de desenvolvimento, mas de declínio.

Os demógrafos costumam falar na questão dos cuidados de saúde e da sustentabilidade da Segurança Social. Quanto mais envelhecida a população, mais problemas de saúde terá, pelo que vai ser preciso aumentar a capacidade de hospitais, lares, etc. Quanto às reformas, elas ainda não caem do céu, têm de ser pagas pela população ativa. Pelo que, se houver menos pessoas a produzir e mais pensionistas, das três uma: ou as pensões diminuem; ou os salários descontam mais para as pensões e perdem competitividade; ou a idade da reforma aumenta.

Talvez seja inevitável que nas próximas décadas os cuidados de saúde piorem e as pensões também.

Mas mais triste e preocupante do que isso é ver Portugal a definhar. Se a maior riqueza de um país são as suas gentes, o que concluir de um país que perde a sua população e vê o seu futuro, para não dizer o seu presente, comprometido a este ponto?

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