O governo é uma questão de corda

O governo é uma questão de corda

Joaquim Jorge 12/04/2024 11:24

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O que essencialmente se deve discutir na política é o que pode beneficiar ou prejudicar o dia-a-dia do comum dos cidadãos portugueses.

Gosto de política e sigo-a todos os dias pelos jornais e sites e muito pouco pela televisão. Dou uma vista de olhos pelas redes sociais. Confesso que perco por dia cerca de duas horas em leitura do que me interessa.

De vez em quando farto-me de algumas coisas: tomadas de posse com novo-riquismo protocolar completamente desfasadas no tempo; políticos pedantes e convencidos; corrupção; crispação política; falta de entendimento; mau funcionamento dos transportes públicos e consequente acentuar de trânsito infernal; mau funcionamento da saúde.

Confesso que também estou cansado de comentadores políticos que comentam horas de algo muitas vezes irrelevante, só para encher espaço.

O que essencialmente se deve discutir na política é o que pode beneficiar ou prejudicar o dia-a-dia do comum dos cidadãos portugueses.

O normal dos cidadãos pretende que a sua rua esteja limpa, tenha luz, controlo do ruído na sua zona, protecção policial, controlo do estacionamento, os jardins circundantes arranjados com relva cortada e regada, transportes públicos decentes, ter um médico de família, entre outros.

Essas exigências, que não são assim tão difíceis de se realizar, acompanhadas de menores custos: valor do IRS, taxas de juro, valor do IMI, aplicação do IMI familiar, participação variável no IRS (devolução de parte do IRS cobrado), preço da água, preço da luz e gás e menores taxas municipais.

O problema é que tudo isto na totalidade é uma miragem. Alguns itens são possíveis, outros não. É pena!

O problema hoje em dia da política é não saber distinguir o essencial do acessório. Por outro lado, para se dizer uma coisa rapidamente e em pouco tempo demora-se imenso tempo. Mastiga-se, estica-se, empola-se algo que pode ser dito sucintamente.

A política precisa de ter menos tiques, menos salamaleques, menos palavreado, menos formalidade e mais acção e eficácia.

Fico triste do país onde vivo e apetece-me muitas vezes sair daqui para fora, mas olhando para o lado, as coisas não são melhores, por vezes, mais complexas. Aqui ao lado em Espanha há um grave problema de autonomia, quem vai a Espanha apercebe-se que há vários países dentro do mesmo país, isso é marcante quem vai a San Sebastián ou Bilbau, o país Basco gosta pouco de Madrid e do governo central.

Em Portugal não há problemas do nosso país se esfrangalhar em vários. É um país pequeno com a mesma língua, porém, politicamente está intrincado e com um nó górdio. Vamos ter um governo periclitante do PSD e CDS, o PS triste por perder e que tudo vai fazer para voltar ao poder e o Chega à espreita de chegar ao poder.

Os próximos meses na política vai andar na corda bamba, uma situação delicada ou perigosa com a qual temos de lidar.

No fundo a política resume-se a um assunto de corda: corda na garganta ( governo em apertos e com dificuldades para se manter) e a oposição a dar corda aos sapatos ( governo ir embora depressa).

Vamos ver quem vai roer a corda. Para já o governo está com a corda toda.

Fundador do Clube dos Pensadores

Gosto de política e sigo-a todos os dias pelos jornais e sites e muito pouco pela televisão. Dou uma vista de olhos pelas redes sociais. Confesso que perco por dia cerca de duas horas em leitura do que me interessa.

De vez em quando farto-me de algumas coisas: tomadas de posse com novo-riquismo protocolar completamente desfasadas no tempo; políticos pedantes e convencidos; corrupção; crispação política; falta de entendimento; mau funcionamento dos transportes públicos e consequente acentuar de trânsito infernal; mau funcionamento da saúde.

Confesso que também estou cansado de comentadores políticos que comentam horas de algo muitas vezes irrelevante, só para encher espaço.

O que essencialmente se deve discutir na política é o que pode beneficiar ou prejudicar o dia-a-dia do comum dos cidadãos portugueses.

O normal dos cidadãos pretende que a sua rua esteja limpa, tenha luz, controlo do ruído na sua zona, protecção policial, controlo do estacionamento, os jardins circundantes arranjados com relva cortada e regada, transportes públicos decentes, ter um médico de família, entre outros.

Essas exigências, que não são assim tão difíceis de se realizar, acompanhadas de menores custos: valor do IRS, taxas de juro, valor do IMI, aplicação do IMI familiar, participação variável no IRS (devolução de parte do IRS cobrado), preço da água, preço da luz e gás e menores taxas municipais.

O problema é que tudo isto na totalidade é uma miragem. Alguns itens são possíveis, outros não. É pena!

O problema hoje em dia da política é não saber distinguir o essencial do acessório. Por outro lado, para se dizer uma coisa rapidamente e em pouco tempo demora-se imenso tempo. Mastiga-se, estica-se, empola-se algo que pode ser dito sucintamente.

A política precisa de ter menos tiques, menos salamaleques, menos palavreado, menos formalidade e mais acção e eficácia.

Fico triste do país onde vivo e apetece-me muitas vezes sair daqui para fora, mas olhando para o lado, as coisas não são melhores, por vezes, mais complexas. Aqui ao lado em Espanha há um grave problema de autonomia, quem vai a Espanha apercebe-se que há vários países dentro do mesmo país, isso é marcante quem vai a San Sebastián ou Bilbau, o país Basco gosta pouco de Madrid e do governo central.

Em Portugal não há problemas do nosso país se esfrangalhar em vários. É um país pequeno com a mesma língua, porém, politicamente está intrincado e com um nó górdio. Vamos ter um governo periclitante do PSD e CDS, o PS triste por perder e que tudo vai fazer para voltar ao poder e o Chega à espreita de chegar ao poder.

Os próximos meses na política vai andar na corda bamba, uma situação delicada ou perigosa com a qual temos de lidar.

No fundo a política resume-se a um assunto de corda: corda na garganta ( governo em apertos e com dificuldades para se manter) e a oposição a dar corda aos sapatos ( governo ir embora depressa).

Vamos ver quem vai roer a corda. Para já o governo está com a corda toda.

Fundador do Clube dos Pensadores

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Joaquim Jorge 12/04/2024 11:24

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O que essencialmente se deve discutir na política é o que pode beneficiar ou prejudicar o dia-a-dia do comum dos cidadãos portugueses.

Gosto de política e sigo-a todos os dias pelos jornais e sites e muito pouco pela televisão. Dou uma vista de olhos pelas redes sociais. Confesso que perco por dia cerca de duas horas em leitura do que me interessa.

De vez em quando farto-me de algumas coisas: tomadas de posse com novo-riquismo protocolar completamente desfasadas no tempo; políticos pedantes e convencidos; corrupção; crispação política; falta de entendimento; mau funcionamento dos transportes públicos e consequente acentuar de trânsito infernal; mau funcionamento da saúde.

Confesso que também estou cansado de comentadores políticos que comentam horas de algo muitas vezes irrelevante, só para encher espaço.

O que essencialmente se deve discutir na política é o que pode beneficiar ou prejudicar o dia-a-dia do comum dos cidadãos portugueses.

O normal dos cidadãos pretende que a sua rua esteja limpa, tenha luz, controlo do ruído na sua zona, protecção policial, controlo do estacionamento, os jardins circundantes arranjados com relva cortada e regada, transportes públicos decentes, ter um médico de família, entre outros.

Essas exigências, que não são assim tão difíceis de se realizar, acompanhadas de menores custos: valor do IRS, taxas de........

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