Aproximando-se as eleições, eis que a Comunicação Social e alguns dirigentes partidários nos brindam com as costumeiras cassetes que, a par das sondagens, servem para enganar incautos.

A primeira é a da “eleição do primeiro-ministro”. Aprendemos, em 2015, que isso não existe: apesar de a PAF ter tido mais votos, foi o PS a constituir Governo. E, apesar de toda campanha sobre esta “vergonha de desrespeito pelos resultados eleitorais” feita pela Direita, a verdade é que, em 2020, nos Açores, aconteceu exatamente a mesma coisa. O PS teve mais votos e foi a Direita que constituiu o Governo. Por isso, o que verdadeiramente conta são os deputados que elegemos, e a tónica colocada na inexistente “eleição do primeiro-ministro” só tem um objetivo: favorecer a bipolarização e apanhar os “incautos” na armadilha do “voto útil”, que na maior parte das vezes é inútil para quem o dá (veja-se o desastre que foi a maioria absoluta do PS com tanto voto inútil para tantos eleitores que o deram...).

Mas a aposta na bipolarização tem agora uma nuance: numa vergonhosa capa do “Público”, os “duelos passam a ser” entre os cabeças de lista do PS e da AD em vários círculos eleitorais! Esquecendo que esses cabeças de lista estão eleitos e que no Porto, por exemplo, a escolha pode ser entre o 20. candidato do PS ou o 2.º da CDU...

A segunda cassete é a “do agora é que vai ser”. Ou seja, daqueles que dizem que vão fazer o contrário do que fizeram nas legislaturas anteriores. Vão acabar com as Scut; vão aumentar reformas; vão repor o tempo dos professores; vão pôr os bancos a pagar os juros; vão avançar com a regionalização; mas PS, PSD, IL e Chega votaram contra as propostas nesse sentido apresentadas, por exemplo, pelo PCP...

A terceira cassete é “olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço”. Ver o Chega a dizer que vai “acabar com os tachos” e, depois, acolher deputados de outros partidos que apenas passam para o Chega para manter o tacho é o cúmulo da hipocrisia!

QOSHE - Enganem-nos, que há quem goste... - Rui Sá
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Enganem-nos, que há quem goste...

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05.02.2024

Aproximando-se as eleições, eis que a Comunicação Social e alguns dirigentes partidários nos brindam com as costumeiras cassetes que, a par das sondagens, servem para enganar incautos.

A primeira é a da “eleição do primeiro-ministro”. Aprendemos, em 2015, que isso não existe: apesar de a PAF ter tido mais votos, foi o PS a constituir Governo. E, apesar de toda campanha sobre esta “vergonha de desrespeito pelos resultados eleitorais” feita pela Direita, a verdade é que, em 2020, nos Açores,........

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