Não há empatia entre Luís Montenegro e Pedro Passos Coelho. Saltou à vista de quem viu (e ouviu) o ex-primeiro-ministro social-democrata na campanha da AD. Não existe empatia porque Passos, para o bem e para o mal, é de uma honestidade brutal. A AD vencerá estas eleições, nem tanto por causa das propostas, nem tanto pela capacidade de mobilizar os portugueses, mas porque é isso que é “natural” depois do “vazio” socialista (e repetiu o mantra várias vezes). Só faltou dizer que o poder cairá no colo de Montenegro apenas porque se dá o caso de ser ele que está na liderança do PSD. Pode ser verdadeiro, não é simpático. Passos mostrou a sua faceta fria, racional e doutrinária. Não propiciou daqueles momentos com que se fazem os tempos de antena, com festa, emoção, abraços e frases feitas. Mas fez política. E foi duro. Disse que o PSD voltará ao poder depois de um período em que o país foi nivelado por baixo, distribuindo a pobreza. E que estamos num tempo em que faz sentido recuperar uma frase de Sá Carneiro: Portugal, o país em que os velhos não têm presente e os jovens não têm futuro. Esta crueza dará votos? Impossível dizer. Mas foi política, não foi espetáculo.

QOSHE - Radar de campanha: As políticas de Passos - Rafael Barbosa
menu_open
Columnists Actual . Favourites . Archive
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close
Aa Aa Aa
- A +

Radar de campanha: As políticas de Passos

6 8
27.02.2024

Não há empatia entre Luís Montenegro e Pedro Passos Coelho. Saltou à vista de quem viu (e ouviu) o ex-primeiro-ministro social-democrata na campanha da AD. Não existe empatia porque Passos, para o bem e para o mal, é de uma honestidade brutal. A AD vencerá estas eleições, nem tanto por causa das........

© Jornal de Notícias


Get it on Google Play