A história do jogo com o Vizela resume-se numa frase: o Braga venceu bem, com muito sofrimento e muitas razões de queixa do árbitro André Narciso, que anulou um golo limpo e se esqueceu de marcar uma grande penalidade sobre Rony.
Arrumado o jogo, vamos ao mais importante que o futebol tem. O minuto 23 foi um daqueles momentos arrepiantes que ninguém deveria ter que viver. Com todo o Estádio Municipal de Braga em pé, um longo e sentido aplauso abraçou o treinador Rui Duarte e o atleta Afonso Duarte, que perderam filho e irmão, respetivamente, na última semana. “Nenhum guerreiro caminhará sozinho” foi a mensagem que as claques ergueram para assinalar esta homenagem. O momento, emocionante, foi partilhado pelos jogadores no final do jogo quando João Moutinho entregou ao treinador o prémio de melhor jogador.
No Twitter, Luís Cansado, treinador de guarda-redes, partilhou que num outro momento difícil da sua vida, o clube lhe prestou “todo o apoio possível e imaginário, nomeadamente psicológico”, e que toda a estrutura o fez sentir como sendo uma peça importante.
A vocação comunitária do futebol foi a base do seu sucesso fundador. Evoluiu-se depois para uma competitividade tantas vezes absurda que o aproxima do negócio e o afasta da sua vocação inicial. Perceber que o Braga ainda é fiel ao espírito comunitário, tratando bem os seus membros, é um bálsamo que nos enche de orgulho.
Porque o Braga é muito mais que um clube, nenhum guerreiro caminhará sozinho. Nunca. Um abraço ao Rui, ao Afonso e à família.
*Adepto do Braga